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Arctic Monkeys e Racionais ganham público

DE SÃO PAULO

O topete de brilhantina e a jaqueta de couro do vocalista Alex Turner foram os únicos pontos de tom retrô do show do Arctic Monkeys. De resto, rock moderno em canções que fisgam o público.

Os ingleses foram recebidos como heróis por uma plateia de 60 mil pessoas que passou o dia no Jockey os aguardando, embora sem o fanatismo dos 75 mil fãs do Foo Fighters, no sábado.

Os rocks rápidos e as letras espertas de Turner foram desfilados num repertório que privilegiou o segundo álbum do grupo, "Favourite Worst Nightmare", de 2007.

Como outras "guitar bands" de anos recentes, como Strokes e Vaccines, no palco o Arctic Monkeys faz o estilo curto e grosso, sem firulas. Com tantas canções ótimas, como "Brick by Brick" e "Fluorescent Adolescent", não precisa mais do que sua pose de "nós contra o mundo", típica dos grupos britânicos.

Sabiamente, a banda só tocou duas músicas de seu álbum "Humbug" (2009), até agora o único equívoco de uma carreira poderosa.

Foi um ótimo encerramento para o festival, depois de um show um tanto cafona do Jane's Addiction, justamente a banda de Perry Farrell, o dono do festival.

Cheio de maneirismos, tentou dar pompa a uma apresentação repleta de gente fantasiada no palco. Como seus recursos visuais, o som do Jane's Addiction soa velho.

Modernidade mesmo foi vista no demencial show de Skrillex na tenda eletrônica. DJ e produtor celebrado, o americano arrebatou a plateia. Num set de pouco mais de uma hora, se provou o mérito dele: o de, com uma música que vai do dançante ao claustrofóbico ao hiperdançante, ser um artista que catalisa as referências de sua geração.

Calcado em cultura pop, seja nas projeções de filmes B e memes de internet ou em samples, o show foi um concentrado de informações sonoras e visuais.

O público respondeu aos apelos do DJ, que dançou, gesticulou e conclamou aos gritos a plateia várias vezes, com empolgação admirável.

A partir da segunda metade do set, o show entrou em um crescente. Somou-se a isso o clichê de levantar uma bandeira do Brasil e pendurá-la na pick up. Desnecessário, dado o carisma que Skrillex mostrou.

RACIONAIS

Carisma não faltou ao Racionais MC's, que lavou a alma de 2.000 pessoas no Palco Perry, mesmo com uma hora de atraso -o público vaiou em alguns momentos.

Mano Brown, com seu messianismo, não demorou a ter a plateia nas mãos. "Artigo 157" (que abriu o show), "Vida Loka" (I e II), "Negro Drama" e "Capítulo 4 Versículo 3" foram cantadas pela multidão. No palco, quase uma dezena de convidados dividiu estrofes com o grupo.

O público se dividiu entre manos e playboys, numa espécie de congraçamento proporcionado pelo rap. Em horário melhor e num palco maior, é provável que o show fosse ainda mais hipnótico.

(RODRIGO LEVINO E THALES DE MENEZES)

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