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Previsível, Curitiba encerra 21ª edição

Programação do principal festival de teatro do país é orientada por espetáculos consagrados no eixo Rio-SP

Destaques apareceram na mostra paralela, com curadorias do Grupo Galpão e da Companhia Brasileira de Teatro

GABRIELA MELLÃO
GABRIELA MELLÃO
GUSTAVO FIORATTI
ENVIADOS ESPECIAIS A CURITIBA

O 21º Festival de Curitiba terminou ontem, com público de 180 mil pessoas. A programação principal reuniu alguns dos espetáculos mais consagrados de 2011 do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Entre eles, destaques do último Prêmio Shell, como "Estamira", de Beatriz Sayad, "O Jardim", da Cia. Hiato, e "Luis Antonio - Gabriela", da Cia. Mungunzá de Teatro.

São obras de qualidade inegável, mas a presença massiva dessas obras na mostra principal põe em questão a própria função de um festival de teatro. Um evento como este, considerado, em números, o maior do país, poderia apresentar experimentos cênicos ainda não revelados por prêmios e pela crítica.

A função de mostrar novos nomes acabou sendo exercida por dois grupos teatrais: o Grupo Galpão e a Cia. Brasileira de Teatro. Ambos idealizaram curadorias que deram algum frescor ao Fringe, a mostra paralela do festival. Em "Teatro Para Ver de Perto", o grupo Galpão apresentou a nova cena de Belo Horizonte. Destacou trabalhos potentes, de perfil intimista, criados por coletivos em início de trajetória.

Foi o caso de "A Mudança", obra da Cia. do Chá inspirada em "A Metamorfose", de Kafka.

MAGILUTH

Na mostra "Na Cia. de (...)", idealizada pela curitibana Cia. Brasileira de Teatro, estiveram alguns dos espetáculos mais interessantes do festival, como "Isso Te Interessa?", montada pela própria companhia, com texto "Bom, Saint-Cloud", da francesa Noëlle Renaude.

Essa mesma mostra deu ao público a oportunidade de conhecer, de uma só vez, a trajetória do Magiluth.

O grupo pernambucano formou repertório com peças que costuram depoimentos de seus atores, como "1 Torto", que tem texto e interpretação de Giordano Castro, encenado com a plateia sobre o palco. Também envolveu o espectador na encenação de "O Canto de Gregório", montagem que trata com irreverência o texto homônimo de Paulo Santoro (encenado por Antunes Filho em 2004).

Por fim, o Magiluth apresentou na grade principal "Aquilo que meu Olhar Guardou para Você", criação coletiva dos integrantes dirigida em parceria com Luiz Fernando Marques, encenador do Grupo XIX de Teatro.

Em outro espaço, ainda no Fringe, a mostra Novos Repertórios mostrou "A Cidade", encenada de maneira simples, quase sem recursos cênicos. A peça, com texto do britânico Martin Crimp, mostra a relação de uma família com uma vizinha neurótica.

Foi uma pérola, no meio de tantos trabalhos imaturos que determinaram uma mostra paralela muito aquém da do ano passado.

Os jornalistas GABRIELA MELLÃO e GUSTAVO FIORATTI viajaram a convite do Festival de Curitiba

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