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Versão 3D quer atrair novo público para 'Titanic'

Conversão do filme começou em 2005 e envolveu mais de 300 profissionais

Kate Winslet, que viveu a protagonista Rose, conta que o sucesso do longa deu liberdade a sua carreira no cinema

DE LONDRES

O cineasta James Cameron, apesar de não ser um fã das conversões e de se dedicar exclusivamente a projetos em 3D daqui em diante, disse, em entrevista à Folha, estar satisfeito com os resultados da nova versão de "Titanic".

"Não gosto de conversões para filmes novos, mas, para 'Titanic' e filmes clássicos, não há outro jeito de vê-los no formato, a não ser com esse processo. Nosso filme se parece com um projeto gravado originalmente em 3D."

A conversão, explicou o cineasta, começou em 2005, mas não ficou pronta a tempo de ser lançada no aniversário de dez anos do filme, lançado em 1997.

Cameron então pensou no centenário do naufrágio que motivou seu longa como nova data para o relançamento, por conta da cobertura jornalística que a efeméride traria.

Ele explica que o estilo clássico de "Titanic" foi pensado exatamente para tornar o filme atemporal. "Nos anos 1990, havia muitas produções de ritmo acelerado, com cortes bruscos. Quis fugir disso, fazer enquadramentos mais convencionais, evitando que o longa ficasse datado."

O produtor Jon Landau, parceiro de Cameron tanto em "Titanic" quanto na franquia "Avatar", que ganhará duas continuações, disse à Folha que o relançamento do filme cumpre duas funções: apresentá-lo no cinema a uma nova plateia e agradar aos fãs da versão original.

Landau conta que o processo de conversão levou 60 semanas, com mais de 300 profissionais envolvidos.

"As pessoas acham que a tecnologia é apenas para ação, mas não, ela serve também para realçar dramas, emoções. O 3D não torna bom um filme ruim. Ele apenas amplia as sensações, melhora o que já é bom ou piora o que é ruim", analisa.

Quinze anos depois da versão original, a protagonista Kate Winslet (Rose) se mostrou empolgada com a nova tecnologia e agradeceu ao filme pela liberdade que lhe proporcionou na carreira.

"Com o sucesso, pude ter mais liberdade criativa, optar por papéis menores, mais desafiadores, mas que me interessavam mais", disse.

"Fui esperta o suficiente para entender que, embora o filme tivesse me tornado muito famosa, eu ainda tinha muito a aprender."

A atriz tinha 21 anos à época das gravações de "Titanic", que lhe rendeu a indicação ao Oscar de melhor atriz. Hoje, aos 36, acumula seis indicações -ganhou o Oscar por "O Leitor" (2008).

Com a experiência, Kate Winslet diz que mudaria algumas coisas na sua interpretação em "Titanic". "Meu sotaque americano, por exemplo, não soa muito bem no filme."

(RODRIGO RUSSO)

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