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Festival Amazonas de Ópera traz 1ª versão integral de "Lulu" ao Brasil Obra do alemão Alban Berg é o principal destaque do evento que começa hoje, em Manaus Municipal do Rio recebeu montagem em dois atos em 1970; 3ª parte foi criada após a morte de Berg IRINEU FRANCO PERPETUOCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA Depois de Wagner, o Festival Amazonas de Ópera chega ao dodecafonismo. "Lulu", de Alban Berg (1885-1935), é o grande destaque da 16ª edição. O evento, que vai de hoje a 27 de maio, em Manaus, trará ao Brasil a primeira montagem completa da ópera. Em edições anteriores, o festival se destacou pela encenação de grandes títulos de Richard Wagner (1813-1883), como "Tristão e Isolda", "O Navio Fantasma" e a tetralogia "O Anel do Nibelungo". Pois bem: na linha evolutiva da música austro-germânica, considera-se que as inovações levadas a cabo por Wagner no século 19 abriram caminho, no começo do século 20, para o dodecafonismo da segunda escola de Viena, da qual "Lulu" é a grande obra-prima operística. De elevadíssima complexidade técnica, com três horas de música, "Lulu" tem libreto do compositor Berg, baseado em duas peças de Frank Wedekind (1864-1918). Estreou após a morte de Berg, em 1937, e é praticamente inédita no Brasil. "Tenho notícia somente de uma montagem no Municipal do Rio, com Diva Pieranti como Lulu e cantada em italiano, em 1970", conta o maestro Luiz Fernando Malheiro, diretor artístico do festival, que rege "Lulu" nas apresentações de hoje, domingo e do dia 28/4. 3º ATO TARDIO Em 1970, a ópera foi encenada no Rio em sua versão em dois atos. Quando Berg morreu, deixou o terceiro inacabado. Sua viúva bloqueou ofertas de compositores que se dispunham a finalizar o manuscrito. Só depois da morte dela, em 1976, o alemão Friedrich Cerha pôde completar o terceiro ato. A nova versão, de 1979, integra agora a programação de Manaus. Para Malheiro, o desafio maior dessa produção foi montar o elenco. "Dentro da visão que eu e o diretor cênico Gustavo Tambascio temos da obra, encontrar cantores-atores com condições de interpretar os papéis, dificílimos em termos tanto musicais quanto dramáticos, não foi fácil", conta. "Minha primeira intenção era a de contar somente com cantores brasileiros, mas muitos dos que convidei ou declinaram delicadamente logo de cara, ou foram pulando fora depois de começar a estudar." Assim, o papel de Lulu ficou a cargo da soprano alemã Anke Berndt. A programação do festival destaca ainda as óperas "Tosca", de Puccini (1858-1924), "A Flauta Mágica", de Mozart (1756-1791), e "I Puritani", de Bellini (1801-1835). Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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