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Procuradoria pede censura ética nas próximas edições do "BBB"

Ação civil pública mira as polêmicas sexuais do reality da Globo

ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE SÃO PAULO

Quanto de realidade pode, afinal, ter um reality show?

Não o bastante a ponto de uma emissora exibir "cenas que possam estar relacionadas, mesmo que em tese, à prática de crimes".

Ao entender assim, o Ministério Público Federal em São Paulo mira um alvo específico: a polêmica sexual na 12ª edição do "Big Brother Brasil". Em janeiro, o modelo Daniel Echaniz foi acusado de molestar a colega de confinamento Monique Amin.

Após uma festa, os dois dividiram a cama. Viu-se um movimento intenso sob o edredom, mas ela parecia desacordada. Echaniz acabou expulso do programa por "grave comportamento inadequado". Mas o inquérito policial aberto não deu em nada. Fora da casa, a participante negou a culpa do ex-BBB e disse ter plena noção do que fazia naquela cama.

FILTRO MORAL

Em ação civil pública protocolada ontem, o procurador Jefferson Dias Aparecido afirma que Globo e União são responsáveis por submeter, em futuros "BBBs", cenas a um "filtro ético-moral".

Dias diz à Folha que a ação procede ainda que a agressão sexual não tenha de fato ocorrido. Suponha que dois confinados simulem um estupro no próximo "BBB". Importaria, de acordo com sua tese, mais o que o público acha que viu. E o visto em 15 de janeiro viola os "direitos da mulher".

Para Dias, cabia à Globo intervir no pay-per-view. A cena do edredom se estendeu por quase dez minutos, com ampla repercussão nas redes sociais. Ele também critica a edição exibida na TV aberta. Na ocasião, a Globo resumiu o envolvimento do casal como "romance", sem abordar a polêmica. "O amor é lindo", comentou então Pedro Bial.

O texto cita ainda controvérsias anteriores, como a declaração de Marcelo Dourado (vencedor do "BBB 10") de que "hétero não pega Aids".

A União aparece na ação pois, segundo o procurador, o Ministério das Comunicações deve fiscalizar o reality. A pasta não se manifestou por não ter sido notificada.

Já a Globo deve vetar conteúdos similares nas TVs aberta e paga e em outros meios, como sites. Também se pede campanha antiviolência contra a mulher.

A empresa diz que não recebeu nada oficialmente e ressalta que, na TV aberta, não exibiu o suposto estupro.

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