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Mart'nália "brinca" de ser pop em seu nono álbum

"Não Tente Compreender" reúne canções de Caetano, Gil e Marisa Monte

Produzido pelo cantor Djavan, disco traz músicas inéditas e pouco conhecidas de grandes compositores

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No encarte do disco "Não Tente Compreender", a cantora Mart'nália, filha de Martinho da Vila, escreve: "Mudei de poesia e fui pro pop, sem cuíca, pandeiro e tamborim".

Por telefone, com seu senso de humor habitual, ela explica: "A gente vai se acostumando com o que faz sempre, e eu sou inquieta, queria fazer algo diferente. Já estava com a mesma banda há duas Copas, indo para a terceira. Quis fazer outras coisas. Ou melhor, fazer a mesma coisa, mas com outro som".

Com sua voz rouca e interpretação direta, com forte influência do pai e ainda mais forte personalidade própria, Mart'nália é a personificação da casualidade do samba.

Para manter isso e ainda brincar de novos sons, ela escalou Djavan para a produção do seu nono disco.

Já ele, por sua vez, escolheu composições novas de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ivan Lins, Marisa Monte, Dadi, Nando Reis.

"Isso foi coisa do 'Dija'", conta, referindo-se ao produtor e às novas canções gravadas. "Ele fez os pedidos para o pessoal. As músicas iam chegando, a gente escolhia, pegava, levava ao estúdio e, a partir dali, ele começava a criar o arranjo. Ouvia e começava a fazer ali, sem caneta, então ficou tudo quente."

"E, mesmo as canções que não são inéditas, não são conhecidas -como a de meu pai, a do André Carvalho e a do Max Viana. Ficou tudo com uma cara 'martinadjavaneada'", completa.

"A do Nando foi a mais 'aaarr'", faz uma onomatopeia. "Ah, é assim? Então vamos lá. Eu nunca cantei rock'n' roll, né?, então partir assim para o pop foi aquela coisa de querer desafiar mesmo, ter um outro porquê de estar ali fazendo uma coisa nova. Nova para mim, né?, que nunca peguei numa guitarra!"

Chamando de "pop" o som que costuma ouvir "em casa, com os amigos, na praia, de final de semana quando pego um violão e toco lá meio largado", ela explica se guiar pela música e de ter buscado uma sonoridade que aposta mais na harmonia do que na percussão.

"Aí falei: 'bom, o 'Dija'. Ele tem aquelas formas melódicas, o balanço dele. E essa coisa de arriscar acordes que as pessoas não fazem. É uma coisa que não é nem um pouco careta. O 'Dija' de careta não tem nada. Bom, musicalmente falando, né?", conclui a cantora, com mais um riso.

NÃO TENTE COMPREENDER

ARTISTA Mart'nália
GRAVADORA Biscoito Fino
QUANTO R$ 30

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