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'Não mudei nada com o câncer', diz Hebe

Recuperada após internação, apresentadora diz que seu segredo para enfrentar a doença é 'pensar em vida'

Apresentadora conta, em entrevista, que vai usar peruca, mas que médico disse estar 'tudo limpinho lá dentro'

DA COLUNISTA DA FOLHA

A apresentadora Hebe Camargo fala sobre como descobriu que o câncer havia voltado e como a TV lhe dá forças para viver.

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Folha - Como você está?
Hebe Camargo - Estou ótima. Gravei dois programas ontem [segunda, dia 23]. Quando olho a plateia, não sei explicar, me dá uma alegria, uma vontade de viver. Posso estar capenga. Mas, quando entro no ar, não sinto dor nem cansaço, tudo passa.

Como você descobriu que o câncer havia voltado?
Comecei a sentir uma dorzinha na barriga, que estava um pouco inchada. Quando a dor aumentou, fui ao hospital e logo fizemos exames, tomografia... Quando vi, já está sendo operada.

Mas os médicos falaram o que estava acontecendo?
Na hora, não. Falaram com o Cláudio [Tessuti, sobrinho de Hebe]. Percebi que era coisa séria porque fui para a cirurgia. Mas não sabia direito o que estava acontecendo. Logo fiquei grogue. Adoro aquilo que a gente toma antes de operar, como chama?

Anestesia?
É... Anestesia. Se me anestesiar, pode fazer o que quiser comigo. Só não posso acordar grávida [risos]. Isso não. [risos]. Grávida, só se for do Roberto [Carlos, o cantor].

Você é daquelas pacientes que gostam de saber de tudo?
Mais ou menos. Gosto de saber o que tenho. Não quero ser enrolada. Mas não sou de ficar perguntando muito.

Não deu medo de morrer?
Vi a entrevista da Beth Lago na Record [que está enfrentando um câncer] e ela só falava: "Será que eu vou morrer?". Não penso nisso. Não tenho medo de morrer, tenho peninha. Peninha de deixar as pessoas que o amo e essa vida tão boa que tenho. Encaro a doença com força.

Como Reynaldo Gianecchini?
Sim. Acho que eu e ele temos muito em comum na maneira de enfrentar tudo isso. Eu e Gianecchini só pensamos em vida, não em morte. Acho que esse é o segredo.

O tumor era grande?
Não sei dizer o tamanho. Mas o corte é bem grande, viu? Acho que era do tamanho de um pastel. De um pastel do Mercadão [risos].

Mas o câncer mudou a maneira como você vê a vida?
Todo mundo fala que muda, né? Sabe que não mudei nada, nadinha com a doença. Eu sempre ri da vida, me diverti com tudo. Não dou mais importância à vida agora do que antes, não. A vida sempre foi importante para mim.

Mas você está com algumas restrições médicas?
Agora não. Estou liberada para trabalhar, comer e até beber. Posso beber meu vinho, dois, três, quatro, sete copos [risos]. Brincadeira.

Sentiu saudade de trabalhar?
Eu precisava descansar. Mas sinto falta do palco. Aquilo me dá energia de viver. E o carinho das pessoas é ótimo. Preciso do palco para viver. Se me tirar de lá, eu morro. É como o Silvio Santos.

Silvio Santos ligou para você?
Não. Mas ele é assim mesmo. É o jeito dele. Somos diferentes. Amamos a TV, mas eu gosto de aproveitar a vida. Ele não. Nas horas vagas, viajo, vejo meus amigos, me divirto. O Silvio vai no supermercado em Miami.

Soube que você fez a maior bagunça no hospital...
Encontrei o Sérgio Reis lá e saímos cantando "Panela Velha" aos pacientes [risos]. Quase fomos expulsos [risos].

E o seu cabelo, já cresceu?
Tá crescendo. Tenho de usar peruca um tempo. Mas isso não tem problema. Cabelo cresce tudo de novo. Ainda mais o meu. Sou cabeluda. Sempre fui. Em todas as partes do corpo [risos].

Você está curada?
O médico disse que está tudo limpinho lá dentro. Mas essa doença é fogo, né? Ela volta, em outros lugares. Mas não penso nisso. Pensar atrai. Vamos falar de outra coisa?

NA TV
Hebe
Exibição do programa
QUANDO ter., às 22h30, na RedeTV!
CLASSIFICAÇÃO não informada

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