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Crítica / Paul Mccartney

Apesar das fórmulas, show do ex-Beatle segue como experiência inesquecível

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
ENVIADO ESPECIAL A FLORIANÓPOLIS

Ele não falha. Não importa se você conhece a fórmula de cor -os velhos sucessos, as saudações na língua local, os elogios que ele repete para todo mundo, o coro de "na na na na" em "Hey Jude"-, um show de Paul McCartney é, de fato, uma experiência à altura da lenda.

Muito antes de saudar as quase 30 mil pessoas que encheram anteontem o estádio da Ressacada, na capital catarinense, com um "Boa noite, 'manezinhos'. Oi, oi, oi, Floripa", Macca já tinha a plateia no bolso. E tudo se justifica por ele ser quem é, por ter o repertório que tem.

Despedindo-se do Brasil após sua quinta passagem por aqui, em uma noite de chuva constante, mas que não desanimou o público nem a banda, mostrou um set list particularmente longo (38 canções, fora trechos de outras) e variado.

Estava bem relaxado, descontraído ("É nosso último show da turnê sul-americana, então, hoje vamos nos divertir", disse), e por isso incluiu diversas músicas que não faziam parte do roteiro original, como "Hope of Deliverance" (que não tocava desde 1993), "Birthday" e "Yellow Submarine".

Simpático e interativo como de hábito, Macca também tinha como trunfo sua competente banda (que completa dez anos a seu lado neste ano), na qual se destaca o performático e bonachão baterista Abe Laboriel Jr.

A plateia, como sempre uma mistura de faixas etárias, acompanhava tudo com atenção e encantamento, mas reservava seus momentos de empolgação para os grandes hits dos Beatles.

A expectativa pelos maiores sucessos da banda faria, porém, com que a primeira metade do show -que alternou poucos hits, como "All My Loving" e "Drive My Car", com canções menos conhecidas e mais novas- demorasse um tanto a engatar.

A metade final, no entanto, foi praticamente um karaokê coletivo graças aos incontáveis sucessos (de sua primeira banda e de sua carreira solo) que McCartney tem na manga.

Houve momentos memoráveis para todos os gostos, desde a sequência semi-acústica iniciada com "I've Just Seen a Face" (e que inclui pérolas como "Blackbird" e "Hope of Deliverance") até a parte mais roqueira ("Band on the Run", "Back in the USSR" e "Live and Let Die").

O ápice do coral improvisado viria nas baladas de piano ("Let it Be" e "Hey Jude").

Seja para quem vê pela primeira ou pela enésima vez um de seus shows, é difícil fugir do veredito comum: McCartney é uma experiência inesquecível.

É sempre a mesma fórmula, mas não dá para acusar a genialidade de ser repetitiva.

PAUL MCCARTNEY
AVALIAÇÃO ótimo

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