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'Renovar não é colocar em cena uma Julieta de 15 anos'

Ator do Grupo Galpão diz que repaginação do grupo passa mais por projetos do que por mudanças no elenco

"O bom da maturidade é poder dizer: 'Vamos fazer o que queremos, não o que se espera'", afirma cofundador

DO ENVIADO A BELO HORIZONTE

Se, na incursão à obra de Tchékhov empreendida em 2011, os integrantes do Grupo Galpão falavam em guinada rumo a um teatro menos festivo, mais intimista, agora o discurso sobre a repaginação da linguagem da companhia soa menos assertivo.

"A renovação acontece naturalmente, acompanhando necessidades de substituição pontual [de elenco] trazidas pela idade, pelo cansaço com as viagens. Mas é algo lento, como tudo no teatro", observa o ator Rodolfo Vaz.

"Não se trata simplesmente de chamar outras pessoas ou de colocar em cena uma Julieta de 14 anos e um Romeu de 15. É muito mais a chegada de uma nova sede [prevista para 2014; leia ao lado] ou o surgimento de um novo projeto que vai definir que renovação é essa."

A atriz Teuda Bara completa: "Não vamos mudar ou abandonar o nosso jeito de fazer teatro. Só queremos fazer outro também".

Apesar de ter se projetado com montagens lúdicas, de forte apelo visual e acenos diretos à plateia, o Galpão já enveredou pelo drama mais seco, doído, como em "Álbum de Família" e "Pequenos Milagres", lembra Eduardo Moreira, ator e cofundador. "Um dos aspectos bons da maturidade é poder dizer, em alguns momentos: 'Vamos fazer o que desejamos, não o que o público espera'. Mas isso não apaga o lado mais conhecido, da arte popular".

O que segue na mesma toada na trajetória recente dos mineiros é o comichão audiovisual. A celebração dos 30 anos prevê o lançamento dos DVDs de três peças e a apresentação de um documentário na linha "pé na estrada" e de uma compilação de curtas que é o "último suspiro" da imersão tchékhoviana.

Ainda em produção, outro documentário vai contrapor fato e criação da memória a partir das lembranças de pessoas fotografadas na plateia de uma das primeiras apresentações de "Romeu e Julieta", numa praça de Belo Horizonte. Pouco antes de assistirem à remontagem, elas dirão o que recordam, quase 20 anos depois.

(LN)

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