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Ana Miranda prepara livro sobre Xica da Silva

Título vai mesclar biografia e ficção, marcas da carreira da escritora cearense

Autora é convidada do quinto Festival da Mantiqueira e vai debater com estudantes o livro "Dias e Dias"

DE SÃO PAULO

Misturar fatos históricos e ficção é algo comum na carreira de Ana Miranda.

Em "Boca do Inferno" (1989), seu romance mais conhecido, a autora inspirou-se no universo literário do padre Antônio Vieira (1608-1697) e do poeta Gregório de Matos (1636-1695) para recriar a Bahia do final do século 17.

Agora, prepara a biografia da escrava Xica da Silva (1732-1796), que a editora Leya deve lançar no segundo semestre deste ano. Mas, se tratando de Ana Miranda, já podemos esperar a ficção se intrometendo no relato.

"Vai ser uma biografia, mas não pura, pois sou romancista. As partes ficcionais são diferenciadas por letras em itálico", conta ela.

A interação entre biografia e romance é um dos temas da palestra que a escritora fará no Festival da Mantiqueira (confira a programação abaixo). Em um encontro com estudantes, ela vai comentar "Dias e Dias", que tem como protagonista o poeta Gonçalves Dias (1823-1864).

"Muito mais do que Gregório ou Gonçalves Dias, meu interesse é pelas palavras levantadas através das obras desses literatos. Nesse sentido sou, mais do que romancista, uma arqueóloga que desenterra palavras", afirma.

No trabalho sobre Xica da Silva, ela ficou atraída pela ideia de representar uma mulher de personalidade "inesgotável" em meio à exploração do ouro em Minas Gerais.

"O processo da transformação da escrava em uma mulher livre e poderosa, através do amor e do sexo, é repleto de lances dramáticos."

Miranda tem mais dois projetos para este ano. O infanto-juvenil "Carta da Vovó e do Vovô", a ser lançado no segundo semestre pela Armazém, e a adaptação de "Boca do Inferno" para o cinema.

"Sei que a literatura e o cinema são linguagens diferentes, tudo muda. Mas são mudanças maravilhosas. Estou revivendo o livro, e ainda gosto dele. "

(MARCO ALMEIDA)

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