Orquestra de Toulouse se apresenta hoje

Os dois ainda não são tão mundialmente conhecidos, mas trazem um extraordinário padrão musical.

São eles o maestro russo Tugan Sokhiev, 35, e o pianista francês Bertrand Chamayou, 32. Apresentam-se hoje e amanhã na Sala São Paulo com a Orquestra Nacional do Capitólio de Toulouse, criada no final do século 19 e que há décadas deixou de ser uma formação interiorana da França para se tornar uma das mais competentes da Europa. Tem cerca de 70 LPs e CDs gravados.

Os dois concertos estão dentro da temporada da Sociedade de Cultura Artística.

No programa desta terça, "L"Après-Midi d"un Faune", de Debussy, "Concerto para Piano", em sol, de Ravel, e "Sinfonia Fantástica", de Berlioz. Amanhã serão a abertura da ópera "Kovantchina" e a suite "Quadros de uma Exposição", ambas de Mussorgsky, e o "Concerto para Piano nº 1", de Liszt.

O maestro já gravou dois CDs com a formação sinfônica, ambos dedicados a compositores russos. "Os músicos já fizeram muitas gravações com compositores franceses, e é hora de fazermos um repertório de outras origens", disse ele à Folha.

Nascido na Ossétia do Norte, Sokhiev tem uma curta carreira de espantosa ascensão. Aos 24 anos se tornou diretor musical da Ópera do País de Gales. Está em Toulouse desde que completou 28. Acumulará o posto, a partir deste ano, com o de regente titular da Orquestra Sinfônica de Berlim.

Ele também disse que seu conjunto sinfônico -que já esteve em mãos de maestros como Georges Prêtre e Michel Plasson, cujo spalla foi por muitos anos Yan Pascal Tortelier, ex-titular da Osesp- tem recebido investimentos pesados da Prefeitura de Toulouse, cidade de pouco mais de 400 mil habitantes no sudoeste francês.

Os quadros foram ampliados com novos músicos e há hoje, entre eles, italianos, venezuelanos, poloneses, americanos e canadenses.

Curiosidade: o Capitólio é, em Toulouse, sede administrativa da cidade desde o século 12. A atual edificação, barroca do século 17, abriga a prefeitura e o teatro de ópera e concertos sinfônicos.

O pianista Bertrand Chamayou, com quatro prêmios de interpretação, torna-se aos poucos um especialista em Liszt, de quem já gravou, no ano passado, a integral das três suites de "Os Anos de Peregrinação".