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Encenações irão priorizar ciclo de 'tragédias cariocas'

EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

O encenador Marco Antônio Braz, diretor artístico do projeto Nelson Rodrigues 100 Anos, escolheu "Boca de Ouro" e "A Falecida" -duas das chamadas "tragédias cariocas" da lavra do dramaturgo- para montar no âmbito da programação comemorativa.

As estreias estão previstas para junho e julho, respectivamente.

Ele diz que as outras duas rubricas da produção dramatúrgica do autor (peças psicológicas e peças míticas) ficaram de fora porque as tragédias cariocas têm aguda vocação popular.

"A Falecida", crônica dos preparativos da jovem Zulmira para seu próprio enterro, tem como pano de fundo o futebol carioca -Toninho, seu marido, é um vascaíno roxo.

Já "Boca de Ouro", que reconstrói a vida do tipo homônimo entrelaçando relatos, escolhe por cenário o mundo dos bicheiros de Madureira, figuras das quais dependem a vida e morte de todos ao redor.

"Além disso, os dois protagonistas querem sublimar a pequenez humana, a mortalidade através de um símbolo da morte [o enterro, para Zulmira, e o caixão de ouro, para Boca]", explica ele.

Braz vê um amadurecimento, nas últimas décadas, da compreensão da obra teatral de Nelson.

"Foi-se o tempo em que ele servia para pretexto para porra-louquices, coisas de vanguarda gratuita. Mesmo o fenômeno 'comédia de costumes' passou. Ninguém mais tem a pachorra de se aproximar de Nelson Rodrigues para bater a carteira do espectador."

(LN)

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