Kubrick e Jerry Lewis ganham documentários

Documentários sobre cinema têm sido presença constante em Cannes. A maioria não passa de material extra para forrar edições de DVDs e Blu-rays, mas alguns apresentam visões originais e força própria.

Neste ano, dois se destacam. "Room 237", de Rodney Ascher, compila teorias sobre significados ocultos em "O Iluminado" (1980), de Stanley Kubrick.

Ascher não mostra o rosto de seus cinco entrevistados, só escuta teorias e as ilustra com imagens do próprio "Iluminado", de outros filmes de Kubrick e de desenhos como "Scooby-Doo".

Alguns entrevistados tentam desvendar o tema do filme (o Holocausto, para um, o genocídio dos índios americanos, para outro), mas o depoimento mais curioso diz que o filme traz uma confissão cifrada de Kubrick, que teria assinado um contrato secreto para forjar as imagens da chegada do homem à Lua em um estúdio.

Já "Method to the Madness of Jerry Lewis", de Gregg Barson, é o primeiro documentário dos EUA que reconhece o gênio do ator.

Ele teve seu trabalho enaltecido pela nouvelle vague nos anos 1960, mas sempre foi menosprezado pela crítica americana.

Reúne falas de Lewis e depoimentos de gente como Jerry Seinfeld e Steven Spielberg, mas seu mérito está em desvendar o processo criativo do comediante.