Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Mostra contemporânea destaca peças da cena vanguardista Programação tem obras inéditas de autores de língua inglesa GABRIELA MELLÃOCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA A 16ª edição teatral do Cultura Inglesa Festival, que se inicia amanhã com a estreia de "O Salão de Baile Elétrico", do irlandês Enda Walsh, inova ao centrar sua programação na montagem de textos de autores vanguardistas da língua inglesa. Além do renomado Walsh, que foca o mundo bizarro de duas irmãs estagnadas no passado, o festival traz "Menos Emergências", de Martin Crimp, celebrado dramaturgo inglês da atualidade, e introduz no país seu conterrâneo Dennis Kelly -com "Órfãos", destaque do Festival de Edimburgo de 2009. As duas últimas peças elegem a violência como tema e possuem tramas nebulosas, que nunca se definem por completo. "Crimp trabalha mais sobre linguagem do que sobre situações ou personagens; prefere manter aberta a leitura da peça e deixar conclusões para o público", diz o ator Donizete Mazonas. "A prosa de Dennis Kelly é completamente partida e, a todo momento, apresenta dados novos, que ainda não haviam sido revelados", comenta Clara Carvalho, atriz e diretora de "Órfãos". Para Cristina Cavalcanti, encenadora de "O Salão", Walsh se destaca pela capacidade de "brincar com a poesia, tornando-a quase ridícula sem perder a verdade". "Essa é mais contemporânea das mostras do festival. O evento apresenta pesos pesados da era pós-Sarah Kane [1971-99, "enfant terrible" da cena inglesa que se notabilizou por textos sombrios e pela descrição brutal de sexo e violência]", sintetiza Laerte Mello, coordenador cultural. DENTRO E FORA DA CENA Além de privilegiar a cena contemporânea, o evento estimula a carreira de encenadora de Juliana Galdino e Clara Carvalho, atrizes de destaque do país. Ambas atuam como diretoras profissionais pela segunda vez no festival. "Minha função como diretora é traduzir conceitos em ação. É o que sempre fiz como atriz. É a mesma habitação; a diferença é que uma função transcorre fora do palco, e a outra, dentro da cena", diz Galdino. Carvalho também é guiada por sua experiência na interpretação. "Dirijo com intuição de atriz. Já vivi muitas montagens. De repente, você se dá conta de que já está pensando como diretor." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |