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Peça faz crítica social com economia de linguagem Espetáculo escrito por dramaturgo escocês em 1995 chega ao país em montagem da Cia. Barracão Cultural DE SÃO PAULOO dramaturgo escocês David Harrower pensou ter feito de "Faca nas Galinhas" uma peça militante sobre a exploração do trabalhador agrário em seu país. Surpreendeu-se com a universalidade da obra que estreia amanhã na cidade, após se destacar no Festival de Edimburgo, em 1995, e ser encenada em 25 países. Apesar de o espetáculo não abdicar da crítica social, ele é, antes de tudo, uma criação poética sobre a conquista da individualidade. A trama apresenta uma mulher que se vê obrigada a sair dos limites de sua aldeia e do mundo familiar em que vive ao lado do marido camponês para encontrar o desconhecido, personificado pelo personagem moleiro, dono de um moinho. "Considero a protagonista uma criança no início da história. Depois do encontro com o moleiro, ela se torna adolescente e, logo, mulher", diz a atriz Eloisa Elena. Fundadora da Cia. Barracão Cultural, ela também é a idealizadora do projeto, dirigido por Francisco Medeiros. A primeira questão indagada pela personagem é: "Quem sou eu?". A partir dela, uma avalanche de perguntas invade sua cabeça. Dramaturgo conhecido por aqui pelo espetáculo "Blackbird", encenado por Alexandre Tenório em 2006, Harrower desta vez não exercita a verborragia, mas a economia de linguagem. Com ela, cria uma atmosfera arcaica. Neste mundo primitivo, a trilha que leva a protagonista da ignorância à consciência ganha contornos arquetípicos. Para Elena, a poesia do texto não aparece à primeira vista, precisa ser descoberta. "O espectador é convidado a trilhar o mesmo percurso que a protagonista", diz ela. O diretor Francisco Medeiros acredita que a atuação do espectador deve ser a mesma que a de um leitor de poesia: "O texto precisa ser completado pelo público. Convida cada um a encontrar sentido para o silêncio". Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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