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Coleção se envolve nos "absurdos plausíveis" da obra de Bioy Casares

Em "Histórias Fantásticas", que chega às bancas em 10/6, a prosa elegante encontra a imaginação sem fronteiras do escritor argentino

DE SÃO PAULO

Ao sentenciar que "a eternidade é uma das raras virtudes da literatura", Adolfo Bioy Casares (1914-99) acabou por definir a atemporalidade de sua obra.

Parte dela está reunida em "Histórias Fantásticas", coletânea de 14 contos publicados pelo argentino entre 1948 e 1969 e décimo volume da Coleção Folha Literatura Ibero-Americana, que chega às bancas no dia 10/6.

Construídas de "absurdos plausíveis", sua prosa é permeada por um fascínio pela cultura antiga e pela perplexidade diante da ciência e do comportamento moderno.

Há mistérios que são tramados ao redor de referências a lendas celtas e deuses pagãos, enquanto outros são dominados por seres alienígenas e tecnologias sinistras.

Em seus livros, fatos inexplicáveis ganham sorrateiramente a rotina dos personagens, que parecem se perguntar o que de extraordinário esconde o cotidiano.

Seus personagens são presos por enigmas fantasmagóricos, forçados a decifrar a complexa estrutura dos sentidos, em que as combinações entre realidade e aparência regem a existência diária.

Além de uma manipulação hábil e requintada de humor e ironia, a prosa de Bioy Casares é considerada uma das mais refinadas e elegantes da literatura ibero-americana.

Suas investigações e exercícios de fantasia são marcados por uma erudição que envolve o leitor, sem nunca apelar para o exibicionismo.

Passeando pelas literaturas fantástica, policial e de ficção científica, Casares deve parte de seu reconhecimento a sua amizade com Jorge Luis Borges (1899-1986), de quem foi parceiro literário.

Em seu ensaio autobiográfico, Borges revelaria que um dos principais acontecimentos de sua vida foi o início desta relação. "Ao se opor a meu gosto pelo patético e pelo barroco, Bioy fez-me sentir que a discrição e o comedimento são as melhores provas da boa literatura."

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