Índice geral Ilustrada
Ilustrada
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Crítica pop

Iggy Pop entoa clássicos do pop francês em seu 1º álbum sem canções autorais

THALES DE MENEZES
EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

Depois de 20 discos, Iggy Pop acaba de lançar o primeiro álbum sem nenhuma canção autoral. Um projeto como intérprete que deixa escancarado o momento de paixão do americano pelo pop francês.

"Après", disponível só para download, exibe um "crooner" de 65 anos que sabe usar a voz ainda poderosa depois de décadas de excessos.

Das dez faixas, cinco são cantadas em francês, originais de um "time dos sonhos": Edith Piaf, Serge Gainsbourg, Henri Salvador, Georges Brassens e Joe Dassin.

Em inglês, o álbum resgata de Yoko Ono a Frank Sinatra, passando por "Michelle", dos Beatles, mais arrastada do que a manjada original.

Há inventividade na versão de "La Vie en Rose". Iggy começa destruindo a canção imortalizada por Piaf, martelando sem parar duas teclas de piano, e depois deixa a voz conversar com um trompete.

"La Javanaise", de Gainsbourg, aparece em moldura dançante, de resultado mais curioso do que bem-sucedido.

Quando não ousa no formato, sobra o vozeirão, como em "Everybody's Talkin'", música famosa pelo filme "Perdidos na Noite" (1969).

Vale aviso: a "Only the Lonely" que Iggy regravou não é o hit de 1960 de Roy Orbison, mas sim canção homônima que Sinatra lançou em 1958.

Ícone do glam rock na tríade formada com David Bowie e Lou Reed, Iggy não vai conseguir com esse repertório se jogar no chão, como é sua performance habitual. Mas é prova bilíngue de que tem bom gosto para baladas.

APRÈS
ARTISTA Iggy Pop
GRAVADORA Thousand Mile Inc.
QUANTO cerca de R$ 18 no iTunes
AVALIAÇÃO bom

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.