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Crítica Documentário

Filme mostra arquipélago de Marajó além do cartão-postal

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

A imagem mais persistente que os seres urbanos temos de Marajó é a ilha em que os búfalos chamam mais atenção do que os humanos.

O documentário "Viva Marajó" ultrapassa essa visão de cartão-postal registrando peculiaridades e dilemas desse pedaço desgarrado de Brasil com um olhar que vai além do "Globo Repórter".

A cineasta Regina Jehá percorreu cerca de 2.000 quilômetros de terra, ar e, sobretudo, águas do maior arquipélago flúvio-marinho do mundo e captou formas de vida, hábitos culturais, mistérios históricos e o quadro atual de desequilíbrios econômicos, sociais e ambientais.

A opção pela multiplicidade de perspectivas amplifica o painel para além do meramente turístico, que costuma se limitar ao exotismo e às belezas naturais. Mesmo sem recusar o encanto pela exuberância, o documentário procura e consegue adentrar os meandros do cotidiano.

Assim, emergem as peculiaridades de fato do arquipélago. A começar pela exuberância e os enigmas que cercam a cultura indígena marajoara, infelizmente apenas o mais remoto caso de extinção de uma série que prossegue.

A precariedade educacional, a falta de saneamento básico e a exploração da natureza sem preocupações com sustentabilidade são aspectos que completam essa visão honesta e nem por isso menos fascinada.

VIVA MARAJÓ

DIREÇÃO Regina Jehá
PRODUÇÃO Brasil, 2010
ONDE Cine Livraria Cultura
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO bom

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