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Empresa medirá vendas de livro no mercado brasileiro

Projeto Painel de Livros, do grupo alemão GfK, vai orientar a atuação de livrarias e editoras

MARCO RODRIGO ALMEIDA
DE SÃO PAULO

A GfK, uma das maiores empresas de pesquisas de mercado do mundo, apresentou ontem para editores e livreiros uma nova ferramenta de monitoramento do mercado editorial brasileiro.

Chamado Painel de Livros, o projeto desenvolvido pelo grupo alemão vai aferir vendas, volumes e preços de livros comercializados aqui.

O programa deve ser o primeiro a fornecer dados concretos sobre o mercado brasileiro. Até então, as informações não eram contabilizadas de forma confiável por nenhum instituto do gênero.

A partir de dados enviados pelos varejistas, o Painel pretende traçar um retrato abrangente do setor, monitorando as tendências de gênero, regiões do país que se destacam nas vendas e novas oportunidades de distribuição dos títulos.

O projeto foi elaborado entre janeiro e maio deste ano e contou com a participação de cerca de 40 pessoas.

Num primeiro momento, serão fornecidos dados mensais aos clientes. A meta é que a periodicidade seja semanal ainda neste ano.

"As informações do Painel serão comercializadas de maneira customizada para cada editora, conforme a linha de atuação de cada uma delas", explicou Diogo Bettencourt, gerente de novos negócios.

A GfK não divulgou nenhuma parceria já fechada, mas disse estar em negociação com editoras e livrarias, inclusive de outros países.

A entrada do grupo alemão, que atua em mais de cem países, no setor livreiro nacional reflete o interesse que o mercado brasileiro vem despertando no mundo.

Até o fim deste ano, a empresa americana Nielsen também pretende oferecer serviços de pesquisas no Brasil.

"Nós percebemos que há uma grande oportunidade de crescimento de vendas. Mas, ao mesmo tempo, há uma carência de informações confiáveis para nortear decisões estratégicas de mercado. Vamos atuar nesse sentido", conta José Guedes, diretor-geral da GfK.

Durante a apresentação, o grupo comentou alguns dados preliminares do mercado brasileiro.

Nos cinco primeiros meses deste ano, por exemplo, livros de não ficção corresponderam a 61,1% das vendas. Em média, as obras do gênero custam R$ 49, um dos preços mais altos do mundo -na Alemanha e França, as médias são de, respectivamente, R$ 39 e R$ 34.

"O preço continua uma questão de empecilho. Temos de ver como podemos otimizar a cadeia e reposicionar os preços", diz Guedes.

Já os livros infantis representam 16% do total de vendas, enquanto os títulos de ficção ficam com 22,9%.

Nesse grupo, apenas 3,9% são de literatura brasileira.

"Há uma disparidade muito grande também nisso. Talvez o Painel de Livros torne claro que os editores precisam incentivar mais os autores brasileiros", completa ele.

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