Índice geral Ilustrada
Ilustrada
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

"Camille e Rodin" leva teatro de volta ao auditório do Masp

Peça sobre a história de amor dos artistas no século 19 enfoca viés trágico da relação

MARCOS GRINSPUM FERRAZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Auguste Rodin (1840-1917) chega ao Masp novamente. Mas, dessa vez, não se trata de suas célebres esculturas expostas nas salas do museu, e sim de uma parte conturbada da história de sua vida interpretada nos palcos.

A peça "Camille e Rodin", com texto de Franz Kepler e direção de Elias Andreato, entra em cartaz amanhã, colocando o auditório projetado por Lina Bo Bardi de volta no circuito de teatro da cidade.

Em parceria com o Vivo EnCena, o espaço, que já abriga leituras dramáticas, concertos e debates, pretende voltar, a partir de agora, a receber grandes montagens. Um espetáculo sobre Rodin e Camille Claudel pareceu perfeito para iniciar a empreitada.

"Ter essa discussão sobre o artista diante de sua obra, sobre seu sucesso ou fracasso, foi um estímulo para todos nós envolvidos no projeto", diz Andreato, 57.

O enredo narra a história de amor entre o artista francês (interpretado por Leopoldo Pacheco) e a também escultora Camille Claudel (vivida por Melissa Vettore).

A relação, que durou cerca de 15 anos no fim do século 19, se tornou conhecida no mundo não apenas pela importância dos artistas, mas também pela conturbada trajetória de Claudel, que acabou a vida em um hospício anos após um rompimento traumático com Rodin.

Internada em 1913, passou 30 anos isolada até sua morte, em 1943, paranoica e sofrendo surtos, também enfocados no espetáculo.

Andreato, no entanto, ressalta que a peça não pretende ser uma leitura fiel da história real. "Se for para ficar totalmente preso a ela, é melhor ler a biografia. Tivemos essa liberdade poética."

TRAGÉDIA NO TEATRO

O diretor demonstra também a opção pelo viés mais trágico da história, que adentra ao mesmo tempo a sintonia artística e a incompatibilidade de gênios entre Rodin e Claudel -um artista maduro e bem-sucedido e sua jovem assistente, numa relação nunca oficializada.

"A gente vive um momento de uma necessidade do riso muito grande. Não há problemas, mas por que não percorrer sem medo esse caminho da tragédia do teatro?", questiona Andreato.

"Não podemos limitar as coisas. Uma história de amor envolve tudo isso: a criatividade, a paixão, a tragédia, a dor e o sofrimento. A gente não tem que se privar de nada disso", conclui.

CAMILLE E RODIN
QUANDO sex. e sáb., às 21h, dom., às 19h30
ONDE Auditório do Masp (av. Paulista, 1.578; tel. 0/xx/11/3171-3267)
QUANTO R$ 20 a R$ 30
CLASSIFICAÇÃO 12 anos

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.