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Holandeses voadores

NDT1, célebre companhia de dança de Haia, vem ao país pela 1ª vez com novo diretor

Divulgação
Cena de espetáculo da NDT1
Cena de espetáculo da NDT1

FLÁVIA COUTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Após um hiato de 11 anos, uma das principais companhias da história da dança, a holandesa Nederlands Dans Theater 1 (NDT1) volta aos palcos brasileiros.

As apresentações terão lugar no Rio de Janeiro (hoje e amanhã) e em São Paulo (sábado e domingo).

Nascida em 1959, a Nederlands Dans Theater tornou-se mundialmente conhecida a partir das criações do célebre diretor tcheco Jiri Kylián, que permaneceu no comando da companhia por 36 anos seguidos.

Em fins de 2011, Paul Lightfoot assumiu a difícil tarefa de suceder o seu mestre -na década passada, Kylián seguia à frente do grupo, mas sem criar novas coreografias.

Falando à Folha por telefone de Amsterdam, Lightfoot lembrou a convivência de quase 20 anos com Kylián.

"Jiri Kylián não era um ditador, ele queria que os dançarinos se expressassem, pois os via como o centro da criação", explica o atual diretor artístico da companhia.

A experiência como bailarino na NDT1 e a parceria de longa data estabelecida com Kylián o credenciaram para o cargo de sucessor.

Mas, para além desses atributos, há algo que destaca Paul Lightfoot: para ele, "a paixão é o maior estímulo para criar as coreografias".

Com profissionalismo, o coreógrafo enfrenta as naturais expectativas que cercam sua sucessão. "O estilo pode mudar, mas a linguagem permanece", enfatiza.

O método que Kylián desenvolveu nunca foi rígido, sempre admitiu mudanças. Portanto, Lightfoot aprendeu a criar a partir dessa lógica.

O estilo da NDT1 é mutável, uma vez que as coreografias espelham as questões do seu próprio tempo. Logo, os bailarinos são incumbidos de participar ativamente dos processos de criação, trazendo suas memórias pessoais para a sala de ensaio.

"O artista tem que refletir a realidade onde ele está inserido", ressalta Lightfoot, dizendo que é por esse caminho que o artista torna-se matéria-prima. "Os bailarinos não são bonecos", completa.

Para o Brasil, a companhia traz um programa que pode ser considerado uma síntese de seu estilo e percurso histórico, parte do seu vasto repertório. Assisti-la é presenciar a dança em uma de suas mais belas formas.

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