Companhia trará elenco completo para Rio e SP

Em sua breve passagem por Rio e São Paulo, o corpo principal do NDT, o de número 1, apresentará cinco espetáculos que resumem o perfil da companhia holandesa.

Entre eles, destaca-se o último trabalho assinado por Jirí Kylián, "Mémoires d'Oubliettes" (2009), considerada a despedida oficial do ex-diretor. O trabalho aborda de forma poética temas como memória e esquecimento.

Mesmo possuindo coreógrafos residentes, a NDT1 também costuma encomendar espetáculos a outros profissionais. É o que pode ser visto em "Solo Echo" (2011), da canadense Crystal Pite.

A temporada brasileira inclui ainda "Speak for Yourself" (1999), "Sehnsucht" (2009) e "Schmetterling" (2010), todas assinadas por Paul Lightfoot e Sol León.

"Ao mostrar esse conjunto de obras escolhidas, queremos ser honestos com o público com relação a quem somos", afirma Lightfoot, diretor artístico da NDT1.

LINGUAGEM

Para tanto, a companhia trouxe ao Brasil seu elenco completo, com 28 bailarinos.

O grupo dispõe de diversas técnicas de dança, mas, nem por isso, perde a sintonia.

"Há influências de outras técnicas, porém essas aparecem diluídas na linguagem" diz Lightfoot. "Nós procuramos por pessoas que, antes de qualquer coisa, saibam trabalhar juntas."

O trabalho da NDT1 se fundamenta na técnica do balé clássico. E, como poucas companhias, consegue traduzir o virtuosismo do balé em uma linguagem de dança contemporânea estreitamente ligada a questões atuais.

Ao longo dos anos, a companhia estendeu seu prestígio na forma de ecos sobre o trabalho de outros grupos.

Mas a mais notável das ressonâncias foi a criação de seu segundo corpo de bailarinos, chamado NDT2.

Fundada em 1978, a companhia paralela funciona como um berço de novos talentos, em um modelo bem-sucedido, que foi copiado em vários países.