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Crítica Pop Disco ratifica cantora como a melhor artista de sua geração RODRIGO LEVINOEDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA” "Efêmera", o disco de estreia de Tulipa Ruiz, tem uma coleção tão sedutora de boas canções (vide a que dá título ao trabalho, ao lado de "Às Vezes", "Pedrinho" e "Brocal Dourado"), que sugeria ser a cantora um dos pontos mais luminosos entre seus pares. "Tudo Tanto", o esperado segundo disco que será lançado em julho, ratifica a impressão e dá um passo além. Dona de um timbre de voz agudo -e com bom domínio de sua técnica-, Tulipa se mostra ainda melhor compositora de letras com pendor para narrativas, melodista apurada e voluntariamente pop, sem ser simplista. As joias do repertório pontuam o disco desde a abertura, com "É" (que tem matizes à la Mutantes), cuja tensão se esvai num refrão delicioso ("pelo nosso amor em movimento / pode ser / e é"). Logo adiante estão "Like This", sobre uma relação amorosa descompensada, que tem no arranjo ótima guitarra setentista, semelhante à de "Script", escancarada declaração de amor. Até que surge a música que coroa o disco. "Dois Cafés", dueto com Lulu Santos, já pode ir direto para a lista de melhores do ano. Porque tem swing, é dançante e capta com versos as agruras de uma geração que corre e sofre para se adequar ao mundo. É a mesma geração que ela radiografa em "Expectativa", antes de "Víbora", lânguida, "blueseira" e de cortar os pulsos. Ninguém segura Tulipa. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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