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Montagens usam MP3 para criar percursos por SP

Em "O Farol" e produção que estreia em julho, fone de ouvido altera percepção da plateia sobre espaço e tempo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O fone de ouvido passa a ser usado como elemento essencial da cena aberta. A dramaturgia narrada ao pé do ouvido do espectador, com a ajuda de aparelhos de MP3, se estabelece como um modo eficaz de estimular a percepção da plateia.

"O uso do MP3 faz com que o espectador fique mais atento ao que acontece ao redor", constata Cristiane Zuan Esteves, dramaturgista e diretora do grupo OPOVOEMPÉ, que estreou "O Farol" na semana passada. A obra marca o início da trilogia "A Máquina do Tempo (ou Longo Agora)".

"Uma História Radicalmente Condensada da Vida Pós-Industrial", peça adaptada do livro "Breves Entrevistas com Homens Hediondos", do americano David Foster Wallace (1962-2008), também não abre mão do MP3. A obra encenada por Carolina Mendonça estreia oficialmente na Mostra Sesc de Artes, em julho.

"A Máquina do Tempo..." busca fazer espectadores experimentarem o teatro e o tempo de modo diferente do habitual, estimulados por frases filosóficas e depoimentos de pessoas gravados em MP3.

"O Farol" acontece em um percurso pela cidade que tem início na recepção do hotel Sheraton, onde os espectadores fazem "check-in", preenchendo uma ficha com questões pessoais sobre a maneira como lidam com o tempo. De lá, rumam ao Shopping D&D, e depois à estação de trem mais próxima, onde embarcam rumo à periferia.

"O público sai de um mundo para outro, que tem outra velocidade. A velocidade do centro financeiro é bem diferente da existente na periferia", compara Cristiane.

Como "O Farol", "Uma História..." cria trânsito constante entre vida ficcional e real. Dá autonomia ao olhar do espectador e apresenta cenas com pouca ou nenhuma intervenção da direção de arte.

"Uma História..." se desenrola em restaurantes em funcionamento. Atores, espectadores e frequentadores se misturam, mas apenas o público munido de fone de ouvido tem acesso ao texto da peça, transmitido pelo microfone dos atores.

Para a atriz da montagem Amanda Lyra, a intenção não é só fazer com que o espectador reflita sobre os limites entre ficção e realidade mas também "promover um reencantamento do real". (GM)

O FAROL

QUANDO 5 e 6/7 e de 18 a 25/7, das 11h às 15h
ONDE Sheraton Hotel (av. das Nações Unidas, 12.559; reservas pelo tel. 0/xx/11/8389-8231)
*QUANTO * grátis
CLASSIFICAÇÃO livre

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