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Coleção desvenda obra de Roberto Bolaño

Em "Estrela Distante", nas bancas em 8/7, chileno lembra horror da ditadura de Pinochet

DE SÃO PAULO

Em uma de suas últimas entrevistas, o autor chileno Roberto Bolaño (1953-2003) disse que, se não tivesse se tornado escritor, gostaria de ter sido um detetive criminal.

Seu fascínio por desvendar mistérios se revela em "Estrela Distante", romance de 1996 e 14º volume da Coleção Folha Literatura Ibero-Americana, nas bancas no dia 8/7.

A narrativa acompanha a fuga para a América de partidários do nazismo e se inicia em um Chile às vésperas do golpe que mergulharia o país na ditadura de Augusto Pinochet, de 1973 a 1990.

É em meio ao caos que o protagonista conhece Alberto Ruiz-Tagle, um sedutor poeta que se torna um assassino monstruoso.

Em setembro de 1973, após a manobra militar que derruba o governo socialista de Salvador Allende, o narrador é preso por motivos políticos e, atrás das grades, observa um avião de guerra escrever poemas de fumaça no céu.

Logo descobre, porém, que Carlos Wieder, o piloto-poeta, e Ruiz-Tagle, o assassino, eram a mesma pessoa.

Percorrendo as bifurcações da história, das mitologias e da literatura, Bolaño fantasia a origem dos regimes que dominaram o continente no século 20 e a natureza de seus torturadores e torturados.

Misturando documentos, ensaios, memórias pessoais e ficção, o chileno faz de sua literatura um retrato imaginário da história de seu país, através das memórias de uma geração traumatizada pela tortura, pelo exílio e pela morte precoce.

Pela ficção, Bolaño registra com sua prosa irônica as lembranças de uma época em que a liberdade se tornaria a mais longínqua das estrelas.

PALAVRAS DISTANTES

Roberto Bolaño nasceu em 1953, em Santiago, filho de um caminhoneiro e de uma professora. Sua infância transcorreu em diversas cidades chilenas e sua vida escolar seria atormentada pela dislexia. O autor viveu a adolescência no México.

Bolaño mudou-se na década de 1970 para a Europa, onde trabalhou como lavador de pratos em restaurantes e varredor de ruas.

Dedicou os últimos dez anos de sua vida à literatura, até morrer, prematuramente, aos 50 anos.

Seu romance "2666", publicado no ano seguinte a sua morte, é considerado pela crítica um dos melhores livros da última década.

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