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Opinião

Se você pode ser fiel à trama dos quadrinhos, precisa ser

DE SÃO PAULO

Jesus Cristo não multiplicou o peixe, mas pescou com tarrafa no Mar da Galileia. Em vez de transformar a água em vinho, ele fez um mojito.

Imagine um beato diante da recontagem dessa história. Aproveite essa sensação e pense em um fã de Homem-Aranha assistindo à mais recente adaptação dos gibis.

Para distanciar-se dos filmes anteriores, baseia-se em linhas alternativas do personagem e bagunça pilares da mitologia do super-herói, para provável desgosto de quem acompanhou o gibi por anos.

Em primeiro lugar, presta muita atenção aos pais de Peter Parker. Nos quadrinhos, eles são pouco importantes.

É bacana que Gwen Stacy tenha seu devido espaço. Mas é uma heresia o Aranha revelar sua identidade para ela como quem não está dizendo nada de muito impactante.

O capitão Stacy é outro problema. Mais estranho do que ele odiar o Aranha, em vez de apoiá-lo, é ele morrer durante a batalha contra o Lagarto.

Talvez nada disso importe ao espectador médio.

Mas ele ao menos deve achar curioso que o célebre "grandes poderes trazem grandes responsabilidades" virou algo como "se você pode fazer o bem, tem de fazer".

Para os fãs revoltosos, poderia ser: "Se você pode ser fiel à trama dos quadrinhos, precisa ser".

(DIOGO BERCITO)

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