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Celebridade instantânea nos EUA, Teju Cole fala de literatura e exílio

Autor estourou com "Cidade Aberta", que sai agora no Brasil

RAQUEL COZER
ENVIADA ESPECIAL A PARATY (RJ)

À primeira vista, "Cidade Aberta" (Companhia das Letras), o título do primeiro romance do americano Teju Cole, 37, pode dar impressão de um elogio a Nova York, metrópole onde se passa a maior parte da história.

Mas a primeira vez que a expressão aparece na narrativa é em referência a Bruxelas, como lembrança de que é como se chamam, em tempos de guerra, cidades que se rendem para preservar a infraestrutura.

Essa contradição ajuda a entender a Nova York que Cole descreve no livro, muito mais complexa do que aquela que em geral aparece no cinema e na TV, como ele mesmo avalia.

"Um dos meus interesses na literatura são os duplos, os ecos, é colocar uma coisa em confronto com a outra", disse o escritor à Folha, ontem, em Paraty. Hoje, às 15h, ele participa com Paloma Vidal (nascida na Argentina e radicada no Brasil) da mesa "Exílio e Flânerie", mediada por João Paulo Cuenca.

O título da mesa cabe para o autor, que nasceu no Estado americano de Michigan, foi criado na Nigéria natal de seus pais e se estabeleceu nos EUA aos 17. E também para o protagonista do romance, Julius, meio nigeriano, meio alemão, que vive em Nova York invadido pela sensação de não pertencimento.

Julius é um jovem psiquiatra que passa as tardes andando sem rumo e prestando atenção nos tipos e cenários que para os outros não passam de pano de fundo. É um homem pós-11 de Setembro, segundo afiCole, alguém que "perdeu a inocência".

"Muita gente gosta de usar o 11 de Setembro politicamente e faz pensar que a história começou ali, mas, antes disso, os EUA têm toda uma história de violência", ele diz.

Essa premissa aparentemente simples deu corpo a um romance que tornou Cole celebridade instantânea nos EUA, com direito a elogiosa crítica de cinco páginas da "New Yorker", assinada por James Wood, autor de "Como Funciona a Ficção" (Cosac Naify).

Atualmente dedicado a uma não ficção sobre Lagos, a capital da Nigéria, o autor diz que o tema central para sua criatividade é o conceito de cidade. "São alguns milhões de pessoas vivendo juntas num espaço pequeno, capazes de ser hostis e cooperativas ao mesmo tempo. É uma tensão interessante."

Leia a íntegra da entrevista
folha.com/abibliotecaderaquel

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