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Que rainha sou eu?

Nova série da HBO, "Veep" chega ao Brasil no próximo dia 23 e mostra dia a dia de vice-presidente, cargo poderoso, mas nem tanto

Divulgação
Julia Louis-Dreyfus (centro) como Selina Meyer em "Veep"
Julia Louis-Dreyfus (centro) como Selina Meyer em "Veep"

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

A vice-presidente dos EUA está em missão para "normalizar", termo usado pela própria quando quer se misturar aos americanos comuns.

Ela decide visitar uma loja de frozen iogurte, mas qual sabor deve escolher? Menta lembra "frescor, confiança, valores tradicionais", analisa um funcionário. Será que alguém ficará ofendido se ela for de "cookies and cream"?

A escolha crucial acontece logo no segundo episódio da nova série da HBO "Veep", que chega ao Brasil no dia 23 de julho, com a atriz Julia Louis-Dreyfus no papel da vice Selina Meyer, uma mulher confiante com 20 anos de carreira política.

A cena é quase um momento "Seinfeld". "De certa maneira, sim", Julia responde, rindo, sobre a semelhança com as conversas absurdas do seriado extinto, pelo qual ficou famosa na pele da personagem Elaine Benes "Mas o tom de 'Veep' não é exagerado. A ideia é que o espectador se sinta como uma mosquinha na parede."

"É cômico, mas essas conversas acontecem na vida real, com políticos de verdade", afirma a atriz de 51 anos, a um pequeno grupo de jornalistas estrangeiros, num hotel de Los Angeles.

"Cresci em Washington D.C., entendo bem a cultura da cidade, fui à escola com muitos filhos de políticos."

Mais do que "Seinfeld", o seriado lembra os trabalhos anteriores do escocês Armando Iannucci, um viciado em política dos dois lados do Atlântico e criador da série da BBC "The Thick of It", sátira sobre os meandros burocráticos do governo britânico.

O programa, que vai para a quarta temporada, inspirou a comédia "In the Loop" (2009), pela qual ele foi indicado ao Oscar de roteiro.

Em "Veep", conta Iannuci, a intenção era "fazer um retrato de Washington como você não vê". "Do lado de fora, os escritórios parecem poderosos, mas, por dentro, é um amontoado de salas pequenas e tetos baixos, com pessoas pensando no que fazer".

"E tinha que ser uma mulher vice para dizer de cara que não é baseado em ninguém", completa Iannucci.

IMPORTANTE?

A ideia para a série americana veio quando ele lia a biografia de 3.000 páginas de Lyndon Johnson, presidente dos EUA nos anos 1960. Antes, ele havia sido também senador e vice do presidente John F. Kennedy.

"Johnson era a pessoa mais importante do Senado e, de repente, se encontra no cargo de vice sem absolutamente nada para fazer", diz.

"Às vezes, Kennedy se esquecia de convidá-lo para algum evento e, rapidamente, lhe escrevia um bilhete. Achei isso muito engraçado."

Em "Veep", cujo título vem do diminutivo do nome do cargo em inglês (VP), Selina é ignorada pelo presidente (seu nome e partido nunca são revelados).

Ela tem uma plataforma bem centrista; por exemplo, faz campanha para empregos "verdes", mas precisa se contorcer para não desagradar os lobistas do petróleo.

Ao contrário de seu trabalho mais recente na TV, na série caretinha "The New Adventures of Old Christine" (2006-2010), Julia tem piadas em "Veep" que vão em todas as direções, das mais sutis às mais pesadas.

Por exemplo, compara certa estratégia política a usar um croissant como vibrador ("não faz o trabalho e deixa uma [palavrão] bagunça").

"Ninguém almeja ser vice. É certamente um cargo poderoso, mas certamente também não o é. A comédia de 'Veep' está aí", resume ela.

NA TV
Veep
Estreia da série
QUANDO dia 23/7, às 22h30, na HBO
CLASSIFICAÇÃO não informada

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