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Coro celebra, na cripta da Sé, músico esquecido Concerto recorda hoje André da Silva Gomes JOÃO PAULO CHARLEAUXCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA Sob a Catedral da Sé, em São Paulo, há 19 mortos. Alguns dão nome a ruas como Bartolomeu de Gusmão e Regente Feijó. Todos tiveram as mesmas honras, exceto um mestre-de-capela que viveu 50 anos na igreja: André da Silva Gomes (1752-1844). Silva Gomes é um dos maiores nomes da música barroca no Brasil, compôs e regeu para dom Pedro 1º, em 1822, e encarregou-se das solenidades de celebração da proclamação da Independência, mas não se sabe onde seus restos mortais estão. Para fazer justiça a seu legado, o maestro ítalo-brasileiro Martinho Lutero Galati de Oliveira rege até novembro a série mensal de concertos "Nos Cantos da Sé: Encontrando André da Silva Gomes", na cripta, escondida sob o altar-mor. Lutero espera concluir a série com a instalação de uma lápide reconhecendo a obra de Silva Gomes no local. Nos concertos, Lutero rege o Coral Luther King, um dos três mais antigos da cidade. Lutero crê que os restos de Silva Gomes possam estar perdidos sob a atual catedral da Sé, sem identificação. "O local foi totalmente reformado no inicio do século passado [em 1911], com a nova construção", diz o maestro. "Foram pouco cuidadosos no processo de remoção de alguns restos mortais. É possível que tenham perdido o corpo de Silva Gomes. Isso é algo que não se recupera. Mas queremos fazer uma lápide simbólica para ele. A memória é importante", conclui.
NOS CANTOS DA SÉ |
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