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Música

Chucho Valdés lidera escalação em festival de música no Brasil

Pianista cubano será a principal atração da Mostra Internacional de Música de Olinda (Mimo)

Além de Olinda, Recife e João Pessoa, 9ª edição do evento terá shows gratuitos pela primeira vez em Ouro Preto

LUCAS NOBILE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A borracha do tempo dificilmente apaga lembranças musicais. E era em Quivicán, província de Havana, em Cuba, que o pianista, compositor e arranjador Bebo Valdés e a professora de piano e cantora Pilar passavam as primeiras lições ao jovem Dionísio Jesús "Chucho" Valdés Rodríguez.

Mesmo com Cuba vivendo sob a fechada ditadura de Fulgencio Batista, os pais apresentavam ao garoto gêneros musicais de diversos países, incluindo samba, choro e, na virada dos anos 1950 para 1960, bossa nova. Entre os brasileiros que chegavam ao ouvido do menino estavam Ary Barroso e Villa-Lobos.

Desde então, Chucho Valdés mantém uma relação estreita com o Brasil. Já veio ao país por mais de dez vezes e será o principal nome da Mimo, a Mostra Internacional de Música de Olinda, em agosto e setembro.

"O Brasil é o país mais musical do planeta. Tem uma variedade melódica e rítmica que não existe em outro lugar", disse Chucho à Folha.

NOVO BRAÇO

O festival, um dos mais importantes do cenário brasileiro -no que diz respeito à música instrumental, sempre com pêndulo equilibrado entre popular e erudito-, estende neste ano, pela primeira vez, sua programação para a região Sudeste.

Como nos anos anteriores, a Mimo manterá seu principal atrativo: concertos gratuitos e realizados dentro de igrejas históricas.

"Já toquei em igrejas em Ohio, nos EUA, e em Québec, no Canadá. Foi muito especial. Em Olinda, espero sentir o mesmo, já que se trata de uma cidade que é patrimônio da humanidade. Será inesquecível", afirmou.

Aos 60 anos, o pianista, compositor e arranjador cubano -ganhador de cinco prêmios Grammy, somados a outros três troféus da versão latina da premiação- se apresentará apenas em Olinda, no dia 8 de setembro.

Além do concerto, Chucho dará uma aula master a jovens da cidade, como parte da programação da Mimo, que promove workshops dos artistas participantes.

Em relação aos shows, o festival costuma realizar encontros surpresa entre os nomes de sua escalação.

Questionado sobre artistas brasileiros com quem gostaria de dividir o palco, Chucho responde: "Gilberto Gil, Hermeto Pascoal, Djavan, Simone, entre outros".

Ele também declarou sua admiração por "Hamilton de Holanda [com quem ele se apresentou no ano passado, em São Paulo], Ivan Lins e Egberto Gismonti".

ENCONTRO

Inicialmente Chucho deve se apresentar com seu grupo, mas existe a possibilidade de haver um encontro com Gismonti, que atua como um padrinho informal da Mimo.

Os dois, aliás, farão um concerto para dois pianos, em dezembro, no Carnegie Hall, em Nova York. "Gismonti é um gênio. Sobra imaginação para ele gravar discos por mais cem anos."

No Brasil, Chucho apresentará o repertório de seu último disco, "Chucho's Steps" (2011) -com o qual foi indicado ao Grammy-, além de tocar temas brasileiros e, obviamente, muitas composições cubanas.

"Muitos artistas jovens cubanos fazem seu trabalho ao redor do mundo com êxito. Isso só demonstra que a música é a única linguagem universal que existe".

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