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RONALDO LEMOS A tecnologia na Documenta de Kassel A tecnologia está no ar. Não só no Emoção Artificial ou no FILE, mostras que acontecem em São Paulo, mas também na Documenta de Kassel, evento que faz o balanço da arte contemporânea a cada cinco anos. Em Kassel, na Alemanha, a tecnologia é mote para levantar problemas éticos, estéticos, políticos e econômicos. Ora com otimismo, ora com horror às mudanças sociais que provoca. A obra de Janet Cardiff, por exemplo, usa um singelo iPod touch para criar uma "realidade aumentada". O público caminha pela estação de trem em companhia do aparelho e, enquanto isso, assiste a um vídeo que perturba sua percepção. Até a física quântica ganhou status de arte. Aparatos como lasers, espectogramas e outros objetos foram trazidos para o museu. Não como relíquia, mas funcionando. O público vê os experimentos e se lembra de que são um caminho para entender o universo em que arte e religião se encontram. A brasileira Renata Lucas também usou tecnologia. Fez sua costumeira intervenção arquitetônica e espalhou câmeras pela cidade, espiando pessoas e lugares e interferindo nas imagens. Mas o destaque foi Tino Sehgal, artista avesso à tecnologia. Ele retira qualquer registro de suas obras da internet. São feitas para se guardar em um único lugar: a memória. Ao criar "situações", mergulha o público em um jogo humano, impossível de réplica artificial. Sua obra faz um contraste solitário com o vórtice tecnológico que envolve tudo. Até a arte. Reader JÁ ERA Achar que artes plásticas e tecnologia não se misturam JÁ É Achar que a tecnologia contribui para o futuro das artes plásticas JÁ VEM Achar que a arte contribui para o futuro da tecnologia Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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