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Ataque reacende debate sobre violência Cineasta de "Tiros em Columbine"critica novamente o comércio legal de armas de fogo nos Estados Unidos "Batman" estreia no Brasil em cerca de 900 salas; bilheterias não devem ser afetadas pela tragédia no Colorado
Quando o estudante americano James Holmes invadiu o cinema em Aurora, no Colorado (EUA), ele não sabia em que cena estava o filme -era a primeira sessão da madrugada e ele foi ao carro pegar seu arsenal. Fontes não reveladas contaram ao site "TMZ" que Holmes teria dito que era o Coringa, vilão do filme anterior. Seu cabelo, pintado de vermelho, seria uma prova. O cabelo do Coringa, no entanto, é verde. E a relação com o personagem não foi provada ainda -apesar de uma testemunha ter dito ao "NY Daily News" que viu Holmes perguntando sobre o fim de "O Cavaleiro das Trevas Ressurge" na prisão. "Os filmes do Batman nem são tão violentos. Ele escolheu uma sessão lotada e o filme mais esperado como um pedido: 'olhem para mim'", diz a psicanalista e documentarista Miriam Chnaiderman. A psicanalista também analisou o caso de Mateus da Costa Meira, que matou três pessoas em uma sessão de "Clube da Luta", em São Paulo, em 1999. "Mateus estava drogado e impressiona o fato de ambos serem estudantes de medicina", ressalta Chnaiderman. "Mas o americano deixou o apartamento com bombas e comprou milhares de balas." É quando entra a discussão levantada pelo cineasta Michael Moore. Seu "Tiros em Columbine" é sobre o massacre conduzido por dois adolescentes, em 1999, em uma escola distante cerca de 30 km do shopping em Aurora. "Precisamos de 250 milhões de armas dentro de nossas casas?", pergunta o cineasta sobre a facilidade do americano em comprar armas de fogo. Desde a tragédia da última sexta, a venda de armas disparou 41% no Colorado. Holmes levou ao cinema um rifle, uma espingarda e um revólver, além de ter comprado 6 mil balas pela internet. "A violência faz parte da sociedade. Tem no futebol, no boxe. Mas arma não tem regra: é violência que sai do cano da arma. Quanto mais fácil o acesso, mais malucos podem obtê-las", diz o antropólogo Paulo Jorge Ribeiro. "Se um filme violento influenciasse, o contrário valeria: bastariam 24 horas de 'A Noviça Rebelde' e tudo seria resolvido." "Batman" estreia hoje no Brasil na esteira da matança no Colorado. Nos EUA, analistas esperavam que o longa faturasse cerca de US$ 180 milhões (R$ 360 milhões) no primeiro fim de semana. Por causa da tragédia, os números ficaram em US$ 160 milhões (R$ 320 milhões) -ainda é a maior estreia de um filme em 2D da história. No Brasil, o filme estreia em cerca de 900 salas, mas o massacre não deve ter o mesmo reflexo nas vendas. "Não acredito que possa afetar", diz Paulo Sergio Almeida, diretor do Filme B, que analisa o mercado brasileiro. "É um fenômeno tipicamente americano." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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