Índice geral Ilustrada
Ilustrada
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Tate revela Munch em diferentes épocas

Exposição no museu londrino reúne obras feitas a partir de 1900 para mostrar importância do norueguês no século 20

Curadores reuniram obras emblemáticas como o quadro "Vampira", além de vídeos e autorretratos

ADRIANA FERREIRA SILVA
EM LONDRES

É inevitável: ao visitar a exposição "Edvard Munch: The Modern Eye", em cartaz na Tate Modern, em Londres, sala após sala, os olhos percorrem as paredes em busca de sua icônica pintura "O Grito".

Mas, a não ser por uma reprodução em pôster, à venda na loja do museu, "O Grito" não está entre as mais de 60 peças de Edvard Munch (1863-1944) reunidas no último andar do prédio.

Se falta sua obra-prima, um dos quadros mais caros da história da arte, vendido neste ano por US$ 120 milhões -máximo valor alcançado por uma pintura em um leilão-, sobram trabalhos surpreendentes, que revelam diversas fases e interesses do artista norueguês.

Há quadros, por exemplo, que exemplificam a maneira como ele revisitava suas pinturas em diferentes épocas.

Aparecem, frente a frente, duas das dez versões feitas para "Vampira". Na primeira, de 1893, o cabelo da mulher envolve um homem num ambiente lúgubre. Na segunda, criada entre 1916-1918, os personagens estão num cenário tropical, cercado por árvores, em fundo claros.

A intenção dos curadores, Angela Lampe e Clément Chéroux, foi divulgar a relevância de Munch para o século 20. No catálogo da exibição, eles destacam que é comum o artista ser apresentado como um simbolista ou pré-expressionista do século 19.

Por isso, Lampe e Chéroux escolheram principalmente obras feitas a partir de 1900, que demonstram as experimentações de Munch com fotografia e vídeo, seu interesse pelo teatro e a maneira como os registros fotográficos influenciaram suas pinturas.

O olhar moderno, nome dado à exposição, refere-se a um problema ocular que Munch teve em 1930, e o levou a pintar como estava enxergando, ou seja, reproduzindo efeitos provocados por sua degeneração visual.

A exibição passou pelo Centro Pompidou, em 2011, onde foi vista por cerca de 500 mil pessoas, maior número de visitantes da história do museu parisiense.

Para estômagos fortes, vale descer um andar da Tate para visitar a retrospectiva de Damien Hirst, que tem criações emblemáticas do artista britânico, como o tubarão suspenso em formol e uma cabeça de vaca, com sangue ao redor e coberta de moscas.

Edvard munch: the modern eye
QUANDO de seg. a qui. e dom., das 10h às 18h; sex. e sáb., das 10h às 22h. Até 14/10
ONDE Tate Modern (Bankside, Londres, tel. 0/xx/44/20 7887 8888)
QUANTO £14 e £ 15,50 (R$ 44,20 a R$ 48,94), para cada exposição
CLASSIFICAÇÃO livre

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.