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Em busca das latas, mas como "policial federal"

CRISTINA GRILLO
DO RIO

No início de 1988 recebi um telefonema de uma "fonte" da Polícia Federal com um convite. Na manhã seguinte um grupo de agentes viajaria para a Ilha Grande (RJ) para uma operação de apreensão das famosas latas de maconha.

"Quer nos acompanhar? Você será a única jornalista, ninguém mais vai ter a história", disse a fonte. A proposta era irrecusável e eu tinha de manter sigilo.

Consultei a direção da Folha e embarquei na manhã seguinte em um helicóptero da PF, sem identificação para não chamar atenção. Os agentes usavam roupas de turista, com armas nas mochilas.

Mas bastou a aeronave pousar na ilha para descobrirmos que aquilo não ia dar em nada. "Vocês são o pessoal da polícia que veio procurar as latas?", perguntou um curioso. A notícia já tinha se espalhado.

Foram dois dias procurando, mas os policiais não encontraram nada.

Quando voltávamos para o helicóptero, ouvi de um morador: "Você é tão novinha e já é da PF. Não fica triste, você ainda vai prender algum bandido".

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