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Crítica/black music Frank Ocean brilha em estreia após polêmica sobre ser gay DE SÃO PAULONo último mês, o cantor e MC norte-americano Frank Ocean, 24, tornou-se o jovem mais badalado do pop. Autor de letras cantadas por Beyoncé e Justin Bieber, Ocean postou em seu site (frankocean.tumblr.com) um delicado relato sobre seu primeiro amor: um rapaz. Até aí, nenhum problema. Não fosse ele colaborador do incendiário coletivo de rap Odd Future, cujas rimas versam sobre temas homofóbicos ou incitam a queimar escolas, entre outros absurdos. De carona, sua gravadora antecipou o lançamento de "Channel Orange", seu primeiro disco em formato físico -antes disso, Ocean havia feito "Nostalgia, Ultra", disponível para download. Desde então, além do burburinho sobre ter assumido um relacionamento gay, numa cena em que a testosterona dita o ritmo da música, como é o hip-hop, ele entrou na lista dos melhores e mais vendidos CDs deste ano. Do que importa, a música, Ocean surpreende pela maturidade e o talento de sua interpretação e a elegante produção do álbum. O rapaz mescla referências de Marvin Gaye, Sly Stone, Jimi Hendrix, Prince e Stevie Wonder, em letras que têm a fluência do hip-hop. Em "Thinkin Bout You", por exemplo, rhythm and blues que é uma pérola deste trabalho, Ocean abre a música comparando a presença do namorado (a) à passagem de um tornado, para, em seguida, engatar num vocal soul que torna a canção um lamento emocionante. Além de r&b, o disco costura soul ("Sweet Life", "Sierra Leone"), pop ("Lost"), rock e funk na melhor tradição da black music, mas com uma dose a mais de coragem. (AFS)
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