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Neschling volta ao palco da Sala São Paulo após 3 anos

Maestro fala em "grande emoção"; apresentação pelo Cultura Artística, com orquestra suíça, é hoje e amanhã

"Receio que nosso povo esteja condenado a um futuro medíocre", diz ex-diretor da Osesp, que foi demitido em 2009

MORRIS KACHANI
DE SÃO PAULO

"Voltar à Sala São Paulo será sem dúvida uma grande emoção. Tenho um grande carinho - ela faz parte de minha história."

Em entrevista à Folha por e-mail, o maestro John Neschling se mostrou animado com o retorno à sala de concertos que o acolheu até 2009, quando foi demitido -após declarações que questionavam o processo sucessório da Osesp- do posto de diretor artístico e regente titular da orquestra.

Ele irá reger hoje e amanhã a Orchestra della Svizzera Italiana, da Suíça, pela temporada do Cultura Artística.

Neschling esteve à frente da Osesp por doze anos. Em uma gestão cercada de controvérsias, transformou uma instituição enfraquecida em uma das melhores orquestras do mundo. Também foi um dos mentores da Sala São Paulo, inaugurada em 1999.

Atualmente vivendo na Suíça com sua esposa, a escritora Patrícia Melo, o maestro regeu na última temporada a Orquestra do Teatro Comunale de Bologna e a ópera "La Bohème" na Arena de Verona. É também o principal regente convidado da Orquestra Sinfônica do Paraná.

O processo trabalhista que move contra a Osesp ainda está em aberto. Ele ganhou na primeira instância, perdeu na segunda e decidiu recorrer da decisão. Quando foi demitido, afirmou se sentir "persona non grata", traído pelos amigos. Disse que "a mágoa dificilmente sumirá".

Desta vez, porém, preferiu se esquivar do assunto. "Foram 12 anos de dedicação exclusiva da minha vida à criação e ao desenvolvimento desse projeto. Não há como não ter carinho e apreço por isso", diz. "Soube que a orquestra vai se apresentar em Londres (neste mês): acho isso ótimo", acrescentou.

Ele só parece se irritar quando o tema é a realidade política do país: "receio que nosso povo esteja condenado a um futuro medíocre".

O programa de hoje e de amanhã inclui o Concerto nº 2 para piano, de Chopin; e uma das obras mais delicadas e "italianas" de Schubert, a Sinfonia nº 6.

Neschling elogia a orquestra suíça: "É um grupo de grande tradição. Acaba de estrear no Teatro alla Scala de Milão e recebe solistas como a pianista Martha Argerich".

Orchestra Della Svizzera Italiana
QUANDO Dias 6 e 7, às 21h
ONDE Sala São Paulo (pça Júlio Prestes, 16; tel. 0/xx/11/3223-3966)
QUANTO R$ 100 a R$ 230 (estudantes R$ 10, meia hora antes)

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