Índice geral Ilustrada
Ilustrada
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Operação Wagner

Montagem da primeira versão brasileira da ópera "O Crepúsculo dos Deuses" tem logística de guerra

Adriano Visoni/Folhapress
Waltraute (Denise de Freitas) e as filhas do Reno; no figurino, fitinhas do Bonfim
Waltraute (Denise de Freitas) e as filhas do Reno; no figurino, fitinhas do Bonfim

MILLOS KAISER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Durante as cinco semanas de ensaio de "O Crepúsculo dos Deuses" -ópera de Wagner que estreia no próximo domingo (12/8) no Theatro Municipal de São Paulo-, o diretor cênico André Heller-Lopes gastou as solas do tênis de corrida para posicionar no palco cada um dos 131 artistas do elenco.

Para ser ouvido, erguia uma espada cenográfica.

No exército que vai trazer à vida a primeira montagem da ópera dirigida por um brasileiro estão 347 pessoas. "Uma logística de guerra", diz a soprano Eliane Coelho.

O resultado da megaoperação poderá ser conferido em seis apresentações de cinco horas de duração cada.

"Crepúsculo" é o derradeiro e mais grandioso capítulo da série "O Anel do Nibelungo", completada por "Valquíria" (montada por Lopes no Municipal em 2011), "O Ouro do Reino" e "Siegfried".

Composta ao longo de 26 anos pelo alemão Richard Wagner (1813-1883), a tetralogia narra a saga de seres míticos em torno de um anel amaldiçoado que confere poderes a seu proprietário, mas também o corrompe. A joia foi forjada por anões da raça nibelungo a partir do ouro roubado do rio Reno.

Em "Crepúsculo", Siegfried (John Daszak) presenteia Brünnhilde (Eliane Coelho) com o anel como prova de amor. Hagen (Gregory Reinhart), no entanto, enfeitiça o rapaz com uma poção do esquecimento e pede a ele que traga a donzela para seu meio-irmão, Gunther (Leonardo Neiva). Quando Brünnhilde descobre a manobra, é tarde demais: Siegfried foi assassinado. Ela, então, se joga na pira funerária em que seu amor está sendo cremado, levando consigo o anel.

O espetáculo tem dois intervalos de 30 minutos, em um dos quais será servido um jantar. "Na Europa, isso é comum. Queremos que a ópera seja um programa para a família toda", avisa Lopes.

A duração de maratona é um desafio para a equipe. "É difícil manter uma unidade na interpretação do libreto (roteiro de mais de mil páginas, com as músicas e as falas da ópera) durante todo esse tempo", conta o maestro Luiz Fernando Malheiro, diretor musical da montagem.

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.