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Crítica romance 'Missão Jogos Olímpicos' atrai com narrativa nervosa e veloz Best-seller de James Patterson narra assassinatos na Olimpíada de Londres RODOLFO LUCENACOLUNISTA DA FOLHA "Missão Jogos Olímpicos" é o título da mais recente aventura dos investigadores da Private, maior agência de detetives do mundo. Mas poderia ser "A Morte Ronda os Jogos", manchete de um dos jornais britânicos sobre a série de crimes que enchem de sangue o thriller do norte-americano James Patterson. Escrita em parceria com o também escritor de livros policiais Mark Sullivan, a história segue com rigor o programa olímpico real -um dos ataques aconteceu na final dos 100 m e algo espetacular era esperado para o domingo seguinte, dia da maratona masculina. Os atletas mimetizam personalidades conhecidas da área. Quando surge a ideia de suspender os Jogos por causa dos crimes, decidem que o show deve continuar. O vilão, apesar de bárbaro, dá a si mesmo uma tarefa louvável: resgatar o espírito olímpico, que estaria conspurcado pelo doping e pela ganância. O problema é que faz isso matando sem piedade, começando por degolar um dos figurões do comitê organizador dos Jogos de Londres. O herói é pai solteiro de um casal de gêmeos, que se divide entre as tarefas domésticas e a luta contra o crime. Nessa confusão, precisa achar um jeito para que o espírito olímpico prevaleça sobre a violência. ASSASSINATOS EM SÉRIE Um dos mais profícuos autores de romances policiais do mundo, com incursões na literatura infantil, Patterson nem de longe é original ao fazer dos Jogos Olímpicos deste ano o cenário da ação de um assassino em série. Uma rápida olhada no cardápio da Amazon permite vislumbrar diversos títulos de mistério, suspense e espionagem que tomam carona na popularidade da Olimpíada (sem falar, é claro, na miríade de lançamentos de não ficção). "Oracle", por exemplo, de J.C Martin, traz o indefectível serial killer, enquanto o livro "Godspeed", de Cara Ellison, narra a história de uma velocista desaparecida. Há até exercícios apocalípticos, como "Is The London Olympics The Next 9/11?", que fala da possibilidade de um ataque terrorista durante os Jogos. 260 MILHÕES DE LIVROS Nenhum deles, porém, frequenta as listas de mais vendidos com a regularidade de James Patterson. "Private Games", título original de "Missão Jogos Olímpicos", está em terceiro lugar na lista do "New York Times". Segundo o site de Patterson, o autor já vendeu mais de 260 milhões de livros no mundo (considerando toda sua produção). E olha que seu estilo não é de alegrar doutos defensores da alta literatura. Talvez esteja aí seu valor: agrada às massas com um texto nervoso, em que capítulos curtíssimos de duas, três páginas se sucedem velozmente, cobrando mais atenção do leitor.
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