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Crítica indie pop

Disco flagra uma surpreendente evolução de Thiago Pethit

RODRIGO LEVINO
EDITOR-ASSISTENTE DA “ILUSTRADA”

Se posto ao lado de "Berlim Texas", disco de estreia de Thiago Pethit, lançado em 2010, "Estrela Decadente" faz o começo da carreira do cantor soar pálido, sem graça.

Em perspectiva, flagra o artista numa evolução que surpreende pelo rumo tomado, pelas canções mais consistentes -nas letras, no canto e nos arranjos- e pela forma como condensou, sem negligenciar a autoralidade, um bom leque de referências.

Ouvem-se ecos de Arcade Fire no piano e na levada que abrem "Moon", música que tem versos bons e autorreferentes como "quem vai dizer/ que não era diferente/ há dez minutos atrás?".

É doce o dueto de Pethit com Mallu em "Perto do Fim", em que trechos em inglês e português se entrelaçam sem arestas.

Mas é na segunda metade do disco que está a trinca de maior quilate. Não tem como passar batido por músicas como "So Long, New Love", "Haunted Love" (que tem um belo coro gospel) e "Devil in Me". É onde o cantor parece trabalhar melhor as referências que se supõem à medida que se ouve o disco.

Essas músicas são, de certa maneira, um tributo a artistas como David Bowie, Elton John e Rufus Wainwirght.

Por sorte, Pethit escapa do excesso de reverência. Se há algo do qual ele deveria ter se esquivado melhor é o modo cirúrgico como criou o disco, sem direito a falhas, sequer espontâneas.

Mas isso é o de menos para, quem, como dito antes, começou tão anódino. Um bom conselho é não acreditar no título do disco.

ESTRELA DECADENTE
ARTISTA Thiago Pethit
GRAVADORA independente
QUANTO R$ 21,90
AVALIAÇÃO ótimo

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