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Bienal na berlinda

Feira comercial de livros abre hoje sua 22ª edição em busca da relevância perdida para festas como a Flip

Adriano Vizoni/Folhapress
Montagem de estandes da 22ª edição da Bienal do Livro de São Paulo, com murais de Manuel Bandeira e Cecília Meireles
Montagem de estandes da 22ª edição da Bienal do Livro de São Paulo, com murais de Manuel Bandeira e Cecília Meireles

DE SÃO PAULO
DA COLUNISTA DA FOLHA

Há uma década, quando a Flip popularizou o formato de festas literárias -mais focadas numa ideia de cultura do que de mercado-, um gestor da área de eventos diagnosticou as tradicionais feiras comerciais de livros: "É preciso reinventar isso, porque o charme foi todo para Paraty."

Desde então, as principais bienais do livro buscaram se inovar, criando, por exemplo, espaços com eventos gastronômicos e leituras feitas por atores de novelas. Mas problemas centrais persistiram.

Recorrente no mercado, a discussão sobre o esgotamento desse modelo veio à tona nesta 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que começa hoje, organizada Câmara Brasileira do Livro.

"Por que não assumir que a fórmula está desgastada?", questionou Raul Wassermann, editor da Summus e ex-presidente da CBL, em artigo na Folha no último domingo.

É inegável que a Bienal paulista atrai mais público que qualquer festa literária. Em 2010, foram 743 mil pessoas, enquanto na Flip o número não passa de 25 mil.

Mas a multiplicação de festas com foco mais literário esvaziou a relevância cultural das grandes bienais.

Festivais jovens, como Fliporto (PE), Felit (MG), Flipoços (MG), Tarrafa Literária (SP), Mantiqueira (SP), Flit (TO) e Flupp (RJ), que, em geral, oferecem cachê a escritores, passaram a atrair nomes que recusam convites de bienais como a do Rio e a de SP, que não pagam autores.

Além disso, a proliferação das megastores e a ampliação do acesso à internet reduziram o papel das bienais como ponto de compra de títulos de outra forma inacessíveis.

Isso reduziu um caráter central das grandes feiras comerciais: fortalecer a imagem das editoras junto ao público. Poucas delas lucram com a venda de livros nesses eventos.

No site Publishnews, o editor Felipe Lindoso listou problemas desta edição da Bienal, como participações canceladas, atraso na divulgação da programação e falta de nomes internacionais de peso.

Karine Pansa, presidente da CBL, diz que seu "diagnóstico desta Bienal é o melhor possível". "A venda dos espaços foi maior que em anos anteriores", afirma. (MARCO RODRIGO ALMEIDA, MATHEUS MAGENTA E RAQUEL COZER)

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