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Crítica Comédia "Lola" tenta, mas não escapa dos eternos clichês da adolescência Com Demi Moore, longa dirigido por Lisa Azuelos é refilmagem americana de um filme francês de 2008 CÁSSIO STARLING CARLOSCRÍTICO DA FOLHA Ser adolescente no cinema já foi sinônimo de rebelde sem causa, de vidas sem rumo e de viver a vida adoidado. Depois, "Kids" e "Aos Treze" mostraram aspectos mais sombrios, antes de a versão emo da caretice reaparecer com a saga "Crepúsculo". "Lola" procura retratar o jovem em sua complexidade, misturando ingredientes sentimentais, sexuais, familiares e escolares num esforço de não reduzir a adolescência a seus próprios clichês. O problema é que nesta fase da vida, mais que em todas as outras, querer ser exceção é a mais comum das regras. O título brasileiro pega carona no nome da protagonista interpretada pela estrela multiuso Miley Cyrus. No original, "Lol" é um termo do internetês, abreviação da expressão "laughing out loud" (rindo muito alto) e anuncia que o filme fala o idioma da geração "SMS/MSN" ou "Y" (signo do formato dos indispensáveis fones de ouvido). "Lola" é uma refilmagem americana de um filme francês de 2008, no qual Sophie Marceau fez o papel da mãe legal-mas-encanada. A atriz foi um ídolo teen nos anos 1980, com a comédia "La Boum" (no Brasil, "No Tempo dos Namorados"). Em "Lola", o papel ficou com Demi Moore (que também despontou em 1981 no drama adolescente "Escolha do Destino"), fazendo equivaler a transição geracional de quem lá atrás era jovem e agora é mãe. Tanto Marceau no filme francês como Moore no americano dão a entender que o tempo passa e o mundo muda, mas a adolescência continua sendo a fase da vida que, não importa a época, é sempre igual. Na escola, o maior drama de Lola é escolher se fica com o gatinho guitarrista ou com o gatão vocalista da banda que vai arrasar na disputa de grupos da nova cena. Na turma dela, tem a apaixonada pelo professor, o casal de minorias (negro e latina), o carinha que quer tocar na banda, mas o pai não deixa, e o nerd fissurado na melhor amiga. Faltou um gay. Fora do grupo tem a garota "saidinha", para deixar bem claro que a vontade de transar da protagonista virgem não se confunde com a da periguete. A única coisa diferente é que no século 21 o sexo, as drogas e o rock ficaram domesticados, tudo pode. Nesse contexto, ser rebelde é só mais uma pose, disponível em vitrines e passarelas com o nome de "atitude". Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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