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Eles têm a força

Jovens escritores conquistam mercado editorial com referências pop mescladas a fadas e anjos

Daniel Marenco/Folhapress
O casal de escritores Raphael Draccon e Carolina Munhoz, no Parque das Ruínas (RJ)
O casal de escritores Raphael Draccon e Carolina Munhoz, no Parque das Ruínas (RJ)

MARCIO AQUILES
DE SÃO PAULO

Anjos, fadas, entidades sobrenaturais e toda espécie de criaturas mitológicas são o mais recente fenômeno comercial da literatura contemporânea brasileira.

Três jovens escritores presentes na 22ª Bienal do Livro de São Paulo estão no centro desta literatura "fantástica".

Raphael Draccon, 31, que lança hoje no evento seu mais novo livro, "Fios de Prata - Reconstruindo Sandman", é o responsável por indicar à editora Leya a saga "As Crônicas de Gelo e Fogo", de George R.R. Martin, cujos volumes figuram entre os mais vendidos desde que foram lançados no Brasil.

Este olhar astuto e o sucesso de sua trilogia "Dragões de Éter", que já vendeu 130 mil exemplares, o tornaram editor do selo Fantasy, da Casa da Palavra, que acaba de publicar "O Inverno das Fadas", de Carolina Munhóz, 23.

Eleita melhor escritora pelo Prêmio Jovem Brasileiro no ano passado por "A Fada", neste seu segundo livro ela junta dois interesses.

"Fiz associação entre duas coisas de que gostava: a lenda das 'leanan sídhe', que são fadas mais 'dark' e sensuais, e também a morte de celebridades de maneira estranha."

Talvez esteja aí uma das chaves do sucesso desta nova geração: construir uma narrativa que aproveita o anseio do público por temas fantasiosos permeada por referências às utopias juvenis.

No livro de Munhóz, enquanto os personagens seduzidos pela fada Sophia são alusões aos músicos Kurt Cobain e Amy Winehouse, Draccon relata a história de um jovem jogador de futebol vendido a peso de ouro para o Paris Saint-Germain.

Eduardo Spohr, 36, é o outro nome do trio. Seu livro "A Batalha do Apocalipse" já vendeu 355 mil exemplares, marca bastante expressiva para o universo editorial composto por autores brasileiros.

"Este mercado cresceu por causa da internet, pela possibilidade de os jovens trocarem ideias, acessarem blogs literários e divulgarem seus autores favoritos", afirma.

Spohr foi quem apresentou Carolina a Raphael, que hoje são namorados. É mesmo uma amizade fantástica.

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