Prestes a completar 80 anos, Ziraldo lança livro na 22ª Bienal

Na última segunda, o jipe-robô Curiosity pousou em Marte para investigar a possibilidade de o planeta vermelho abrigar vida.

Alucinado por astronomia, Ziraldo acompanhou a aterrissagem com prazer, mas já tirou sua conclusão. Marte está repleto de meninos e meninas, e muitos deles vivem secretamente entre nós.

A história está contada no livro "Os Meninos de Marte" (ed. Melhoramentos; R$35) que o escritor autografa hoje e amanhã na Bienal do Livro de São Paulo.

O lançamento também celebra os 80 anos do autor, nascido em outubro de 1932.

O novo livro é o quinto volume da série "Os Meninos do Espaço". Os marcianos, na visão de Ziraldo, são amorosos e têm a alma aberta para "o sentimento do mundo".

"Quando você conhece um cara honesto, fraterno, bacana mesmo, você já pode pensar: esse filho da mãe deve ser marciano", ensina.

Deve ser um pouco essa a sensação das crianças que formam filas nas sessões de autógrafo do cartunista.

Desde 1980, quando lançou "O Menino Maluquinho" na Bienal, Ziraldo é um frequentador assíduo da feira.

"A coisas mais bonita é rever as pessoas. Tem criança daquela primeira bienal que volta hoje com os filhos. Uns trazem os mesmos exemplares para eu autografar."

Enquanto conversa com a Folha num hotel em São Paulo, o charme do mineiro de Caratinga, mas com alma de marciano, fica patente.

Funcionários o tratavam com intimidade. O ator Carlos Machado, hospedado no mesmo local, fez questão de vir cumprimentá-lo ao vê-lo na recepção.

Dividindo sua atenção entre a entrevista e a TV, que exibia o jogo da seleção brasileira de basquete na Olimpíada de Londres, Ziraldo contou seu próximo projeto: expor 20 quadros em que retrata mulheres nuas.

Enquanto xingava um ou outro jogador brasileiro ("eles não passam a bola, caramba"), rechaçou a ideia de aposentadoria.

"Isso é só para quando eu ficar velho."