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Entrevista de pseudônimo de Chico vira CD

Artista criou personagem para driblar censura do regime militar (1964-85)

DE SÃO PAULO

Cansado de ver suas músicas barradas por censores da ditadura militar (1964-1985), o compositor Chico Buarque, 68, decidiu burlar o embargo criando obras sob o pseudônimo Julinho da Adelaide.

A iniciativa, que rendeu músicas como o samba "Acorda Amor", foi tão longe que o personagem concedeu até uma entrevista ao então repórter Mario Prata, para o jornal "Última Hora", de Samuel Wainer (1910-80), em 1974.

Inédito, o registro sonoro da conversa vira agora um CD encartado em um almanaque feito pelo próprio Prata para comemorar os 70 anos do escritório de advocacia Pinheiro Neto.

A obra conta ainda com projeto gráfico do designer gráfico Elifas Andreato, conhecido por ter criado capas de discos de Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Tom Zé e até do próprio Chico.

Com tiragem inicial de 10 mil exemplares, o almanaque será distribuído a partir do próximo dia 21 para clientes, amigos, integrantes e ex-integrantes do escritório. O material não será vendido.

Detalhes do projeto comemorativo foram divulgados pelo jornal "O Estado de S. Paulo" no último sábado.

Publicada em duas partes, em 1974, a entrevista com o personagem surgiu a partir de uma ideia de Prata, e contou com o apoio de Wainer.

Nela, Julinho da Adelaide fala sobre temas diversos como censura, suas qualidades artísticas e o momento em que despertou para a música popular (que teria sido quando foi acertado por um violão atirado por Sérgio Ricardo contra a plateia no 3º Festival da Record, em 1967).

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