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"Jornal não interpretou líder", diz autor

DE SÃO PAULO

Na África, a igualdade de direitos defendida por Gandhi levou um século para ser alcançada. Na Ásia, a cisão entre Índia e Paquistão, que ele tentou evitar, resultou em arsenais nucleares. Mas, em todo o mundo, Gandhi permanece como sinônimo de consciência social.

Apesar dessa importância histórica, Joseph Lelyveld avalia que a luta do indiano teve uma cobertura fraca no seu "New York Times": "O jornal não tinha correspondente e usava despachos dos jornais britânicos. Não produziu um grande intérprete de Gandhi enquanto ele estava vivo". Para ele, o líder foi "um dos pioneiros na arte da manipulação da imprensa".

Que perguntas o jornalista faria a Gandhi? Sobre sua relação com as outras lideranças e sobre o seu isolamento exatamente na hora da independência da Índia. "Ele se recusou a dar entrevistas e, naquele momento, foi uma figura trágica", diz.

O autor dirigiu o jornal entre 1994 e 2001 e foi chamado de volta por um curto período em 2003, depois do desastre das reportagens inventadas por um repórter e das críticas sobre a cobertura oficialesca da invasão do Iraque.

Hoje, acredita que "o 'NYT' está indo bem, mas o futuro não está assegurado", pois o panorama da mídia "está ficando cada vez mais anárquico".

"Quando se olha para os sites que têm a ambição de ocupar o lugar dos jornais, ninguém consegue ficar de pé financeiramente".

Um escândalo como o do império Murdoch poderia acontecer nos EUA? "Talvez até tenha acontecido e ainda não tenha sido descoberto", afirma Lelyveld.

(EL)

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