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MAM banca mostra com balada psicodélica hoje

Museu de SP chamou a dupla de artistas Avaf para decorar festa beneficente

Evento que já rendeu R$ 760 mil à instituição serve para financiar o próximo Panorama da Arte Brasileira, em 2013

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Desmontada a mostra de gravuras soturnas de Oswaldo Goeldi (1895-1961), uma invasão de cores psicodélicas vai tomar o Museu de Arte Moderna de São Paulo para uma festa hoje à noite.

Quem se lembra do encerramento da Bienal de São Paulo, a poucos metros dali, em 2008, vai sentir um gostinho de "déjà-vu", já que é a mesma dupla de artistas, Eli Sudbrack e Christophe Hamaide Pierson, do Avaf, que comanda o visual da pista.

Mas a festa tem motivo para além do hedonismo que marca o trabalho da dupla, que já levou um carro alegórico, travestis sambando e frutas gigantes à Bienal.

Na tentativa de garantir verbas para a edição 2013 do tradicional Panorama da Arte Brasileira, mostra bienal que o museu faz para destacar artistas emergentes na cena nacional, a festa já vendeu 600 convites a R$ 1.000 e teve uma doação direta de outros R$ 160 mil -estratégia que instituições gigantes como o MoMA, em Nova York, já usam há algum tempo.

"Essa festa do MAM é bem ambiciosa, quase uma exposição numa noite só", conta Sudbrack à Folha. "Eles me convidaram para fazer todo o 'décor', digamos assim."

TRAVESTIS CICLOPES

Nesse "décor", haverá um adesivo imenso colado de fora a fora na fachada de vidro do prédio, balões gigantes sobre a pista de dança, que vão receber projeções de vídeos do Avaf, painéis coloridos que serão leiloados depois da festa e -a cereja no bolo- uma projeção sobre uma lateral da Oca, o prédio-óvni de Niemeyer no Ibirapuera.

De longe, são motivos geométricos e cores abstratas, mas Sudbrack explica que a animação estampada sobre a Oca são travestis ciclopes que ele desenhou numa obra.

Chiara Banfi, artista que, como o Avaf, já participou de um Panorama, será a DJ da noite. Os convites dão direito a entrar na festa e também valem por um múltiplo de um dos sete criadores escalados para incrementar a soirée, entre eles Lucia Koch, Luiz Braga, Mônica Nador e Cabelo.

Foram as galerias desses artistas que bancaram a produção dos múltiplos, liberando toda a renda deles para os cofres do MAM, que já bateu a meta de R$ 700 mil para bancar o próximo Panorama.

"Existem outras festas para arrecadar recursos, não só no mundo da arte", diz Flávia Velloso, do núcleo contemporâneo do museu, que armou a balada. "Mas a novidade é chamar esses artistas para fazer obras-convite."

"É uma coisa comum no exterior os artistas se envolverem com o museu para financiar sua programação", diz Sudbrack.

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