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Baterista do Scorpions lança livro sobre bastidores da banda alemã

Herman Rarebell tocou no grupo por quase 20 anos e quer mostrar a importância de seu legado

"Fiz o melhor solo de bateria da minha carreira no Rock in Rio", lembra músico sobre show de 1985

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Acaba de ser publicado no Brasil "Scorpions - Minha História em uma das Maiores Bandas de todos os Tempos", livro de memórias de Herman Rarebell, que por quase 20 anos foi baterista do grupo.

Com a ajuda do autor Michael Krikorian, Rarebell conta, de forma leve e bem-humorada, sua trajetória com a banda que ajudou a botar o rock alemão no mapa e vendeu cerca de 100 milhões de discos em todo o mundo.

"Meus ex-companheiros de Scorpions leram o livro e gostaram muito. Pelo menos foi o que disseram para mim, vamos ver se não chega nenhum processo", diz Rarebell, 62, por telefone.

O baterista disse que decidiu escrever o livro para colocar o Scorpions "no lugar que merece".

"Antes do Scorpions, o rock alemão era muito pouco conhecido. Havia boas bandas, como Can e Faust, mas eram grupos experimentais, que faziam música de pouco apelo. Foi o Scorpions que abriu as portas para bandas mais novas como o Rammstein, por exemplo."

Quando entrou para a banda, Rarebell estava morando na Inglaterra e seu conhecimento do idioma inglês foi um dos trunfos para sua aceitação na banda: "Acredite, os outros caras da banda falavam inglês pior que o meu, então eu fui escalado para fazer algumas letras e logo me tornei parte importante do sucesso do grupo".

BASTIDORES

O livro relata bastidores de turnês e shows do Scorpions. Rarebell dedica um capítulo inteiro a um festival em que a banda tocou na União Soviética em 1989, meses antes da queda do Muro de Berlim. E revela que o então líder soviético, Mikhail Gorbachev, era fã da banda.

"Ele conhecia o Scorpions. E ainda gastou tempo nos explicando o que era 'heavy metal' de verdade. Segundo ele, a definição de metal pesado era o antigo premiê [Nikita] Khrushchev batendo o sapato na mesa da ONU, em 1960."

Rarebell guarda excelentes lembranças dos shows que fez com o Scorpions no Rock in Rio, em 1985.

"Foi a melhor semana da nossa vida. Nunca havíamos tocado para tanta gente, nem para um público tão caloroso. E as mulheres? Deus do céu, que mulheres maravilhosas vocês têm aí no Brasil, e como gostam de festa... Fiquei tão inspirado que fiz o melhor solo de bateria da minha carreira no Rock in Rio."

Sobre o legado do Scorpions, Rarebell diz acreditar que a banda colaborou com a queda do Muro de Berlim, ao gravar o sucesso "Wind of Change". Mas esquece que a faixa só foi lançada em 1990, um ano após a queda.

Seus planos para o futuro incluem uma turnê no Brasil com sua nova banda, que toca, além de músicas próprias, antigos sucessos do Scorpions. "Vou gravar também um disco acústico só com músicas do Scorpions", diz.

"Nossos fãs vão gostar, as versões acústicas estão ficando lindas."

SCORPIONS - MINHA HISTÓRIA EM UMA DAS MAIORES BANDAS DE TODOS OS TEMPOS
AUTOR Herman Rarebell e Michael Krikorian
TRADUÇÃO Gus Monsanto
EDITORA Panda Books
QUANTO R$ 45,90 (280 págs.)

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