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Museu da ex-língua portuguesa

Sem respeitar o Acordo Ortográfico, instituição paulistana tem linha do tempo defasada e palavras escritas à norma antiga

Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
Linha do tempo do Museu da Língua Portuguesa termina no ano 2000
Linha do tempo do Museu da Língua Portuguesa termina no ano 2000

MATHEUS MAGENTA
DE SÃO PAULO

"A valorização da fala oral e dos regionalismos lingüísticos."

A frase acima pode ser lida no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, mas é importante avisar que ela não faz parte de nenhuma exposição sobre como era o idioma oficial antes do novo Acordo Ortográfico, em vigor no país há mais de três anos.

Extinto pelo acordo firmado entre países lusófonos (como Portugal, Brasil, Angola e Cabo Verde), o trema pode ser encontrado, no entanto, na defasada linha do tempo do museu, que parou em 2000 -seis anos antes de sua própria inauguração.

Esse exemplo é apenas uma das lembranças da antiga ortografia do português que figuram no espaço expositivo do museu, que já recebeu 2,8 milhões de pessoas desde que abriu as portas na Estação da Luz -é um dos museus mais visitados da América Latina.

Responsável pela instituição desde o mês passado, a OS (organização social) Instituto da Arte do Futebol Brasileiro enviou um relatório à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo no qual considera ser a adequação dos textos do museu ao novo acordo ortográfico um "ajuste prioritário".

Segundo decreto assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a velha e a nova norma ortográfica só poderão coexistir até 31 de dezembro deste ano. A partir dessa data, vestibulares, concursos e livros publicados no país, por exemplo, só poderão usar a nova ortografia.

As mudanças atingiram principalmente a acentuação e a hifenização das palavras. Elaborado em 1990, o acordo entrou em vigor depois que, em 2008, parte dos membros da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) o ratificou.

O objetivo do acordo é unificar a ortografia a fim de fortalecer a língua portuguesa no mundo e evitar, por exemplo, que divergências linguísticas se tornem obstáculos para acordos ou tratados firmados entre governos.

SOB NOVA DIREÇÃO

O Instituto da Arte do Futebol Brasileiro, que também administra o Museu do Futebol, assumiu a gestão do Museu da Língua Portuguesa ao derrotar a proposta da Poiesis, que administrava o local.

Apesar da mudança, a nova gestora anunciou que pretende manter o atual diretor, Antonio Carlos de Moraes Sartini, e a equipe que já trabalhava no museu.

O objetivo, segundo ela, é "agregar a sinergia entre os equipamentos e preservar a transição e a continuidade das operações" para evitar "prejuízos operacionais por força da eventual mudança da gestão".

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