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Crítica Drama

Altos e baixos de ídolo francês ganham retrato monótono

DO CRÍTICO DA FOLHA

Desde "Piaf" (2007), a França cinematográfica descobriu que a vida atribulada das estrelas pode render mais do que a venda de tabloides.

"Piaf" passou no mundo inteiro e consagrou (não sem motivo) Marion Cotillard como atriz de primeira linha.

Mas era um melô diabólico, valendo-se das desgraças que, desde a infância, infernizaram a vida da cantora.

Depois veio "Gainsbourg" (2010). E aí, é verdade, mudou o andamento: um belo e forte filme não só sobre o personagem como sobre as épocas que atravessou.

Com "My Way" nós entramos no reino do cantor Claude François (1939-1978). Vamos à França do final dos anos 1950. A França jovem, que renovava o cinema com a nouvelle vague, tentava se adequar ao mundo americano do pós-guerra.

Claude François estava nessa. De início um nome secundário, ele será reconhecido, ao longo do tempo, como o mais internacional dos astros jovens franceses, ao lado de Johnny Halliday.

MELODRAMA

O que mais importa ao filme, em todo caso, são os altos e baixos de sua vida, que ajudam a conformar o melodrama à "Piaf" (a expulsão da família do Egito em 1956, o vício da mãe, os ciúmes compulsivos, o autoritarismo que o levou a ser abandonado por várias amadas etc.).

Esses altos e baixos revezam-se de maneira monótona ao longo do filme.

Acabam não fazendo justiça ao fato de Cloclo, como era conhecido, ter sido não apenas um empreendedor (ao gosto do tempo presente), dono de gravadora, jornal etc., como de ter sido gravado por muitos artistas americanos.

Ou seja, foi ele, mais que Hallyday, o representante de certa renovação musical francesa, aquele que chegou ao universo anglo-saxão.

O grande momento da curta existência de Cloclo, no mais, será sua "Comme d'Habitude" transformar-se em "My Way", que se tornará, depois, uma espécie de hino nacional de Frank Sinatra.

Mas isso ainda é pouco para justificar, ao menos fora da França, o interesse pelo melô musical do diretor Florent-Emilio Siri.

(INÁCIO ARAUJO)

MY WAY - O MITO ALÉM DA MÚSICA

DIREÇÃO Florent-Emilio Siri
PRODUÇÃO França, 2012
ONDE Cine Livraria Cultura, Lumière Playarte e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO ruim

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