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Análise

"Homeland" é um sinal da maturidade da TV americana

LUCIANA COELHO
DE WASHINGTON

Repetecos à parte, foi um Emmy de ano eleitoral nos EUA. Dos três grandes vencedores, um trata de campanha presidencial (o filme para TV "Virada no Jogo", sobre a disputa de 2008 e a ascensão de Sarah Palin) e outro aborda o fantasma da ameaça terrorista por dentro ("Homeland").

A terceira série a sair com quatro troféus foi "Modern Family", que há três anos domina os prêmios de comédia.

Ao deixar para trás a inovadora "Girls", a inteligente "Veep" e a sarcástica "Segura a Onda" (todas exibidas na HBO), a série mostra que o humor médio americano ainda não está pronto para tanta acidez.

"Veep", ao menos, rendeu o prêmio de atriz à brilhante Julia Louis-Dreyfus, como uma entediada vice-presidente. Outra "candidata a vice", a Palin brilhantemente vivida por Julianne Moore, levou como melhor atriz de filme para TV ou minissérie.

A vitória de "Homeland" é bem-vinda por romper a hegemonia de "Mad Men", que já começava a cansar, e por mostrar que os americanos, 11 anos após o 11 de Setembro, estão finalmente prontos para cutucar suas feridas.

A série protagonizada por Claire Danes (uma agente da CIA) e Damian Lewis (um militar após anos como prisioneiro da Al Qaeda volta aparentemente convertido ao inimigo), ambos premiados ontem, trata de um tema caro ao país de forma menos maniqueísta do que sua predecessora no gênero, "24 Horas".

Ao levantar suspeita sobre os procedimentos internos da segurança norte-americana, "Homeland" é também menos conservadora e mais verossímil, sinal de maturidade da ficção televisiva realizada no país.

A vitória só não foi melhor por ter deixado para trás "Breaking Bad", a série sobre um professor de química convertido em traficante de metanfetamina que é um desses divisores de água na TV.

Vai para sua última temporada, em 2013, sem nunca ter ganhado um Emmy principal.

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